Homenagem do Sinpro-DF aos professores e às professoras

Se tivéssemos de resumir, em uma palavra, a vida do (a) professor (a), não haveria outra: “compromisso”. Porque ele e ela  dedicam todos os seus dias à construção de uma sociedade melhor, seja por meio da transmissão do conhecimento ou pela luta incansável por justiça social.
E não poderia ser de outra forma, pois há poucos profissionais tão explorados como o(a) professor(a), submetidos a baixos salários e a jornadas de trabalho que absorvem seu tempo livre. Correções de provas e planejamentos de aula comprovam isso.
A jornada é tão longa que quase não nos damos conta de que o Dia do Professor chegou. Estamos ocupados com a missão e a luta. Nossa missão é construir a cidadania e nossa luta é contra a alienação, a coisificação, a desumanização dos(as) nossos(as) estudantes. A educação é uma das únicas ferramentas que paralisa e até elimina o processo de desumanização que coisifica homens e mulheres.
Nossa missão, é, antes de tudo, lutar pela humanização e fazer com que homens e mulheres coisificados (as) deixem de ser “coisas”.  Portanto, nossa luta é assegurar o direito constitucional à educação pública, gratuita e de qualidade socialmente referenciada.
Este ano, estamos tão dedicados a impedir a usurpação do direito à Educação pública que nem percebemos o tempo passar. Já estamos em 15 de outubro de 2016 e continuamos profundamente envolvidos em centenas de lutas. E, nessa busca, observamos que nossa atividade pedagógica extrapola o ensinar e o aprender.
Na escola, realizamos muito mais do que uma missão. Arquitetos do futuro, atuamos na modelagem de cidadãos e cidadãs e na construção de profissionais capazes de pensar e de criar novos conhecimentos. Nas ruas, estamos na luta cotidiana por respeito profissional e para assegurar o salário digno, capaz de pagar nossas despesas.
Estamos na luta mostrando que muito mais do que missionários, somos profissionais da educação. Nossa tarefa é educar e, para executar o magistério, é preciso integrar profissionalismo e missão porque educar não é somente despejar conteúdos em sala de aula. É trabalhar o conhecimento para empoderar pessoas, combater a desumanização, enfrentar a opressão.
Nossa missão é a luta contra a desumanização causada pelo opressor a seus oprimidos. Somente a liberdade de cátedra irá nos assegurar a chance de recuperar a humanização dos oprimidos. Atuamos contra o opressor que, de maneira autoritária, envolve o oprimido de tal forma que faz com que ele, o oprimido, “seja menos” e se veja em uma condição tão submissa que pensa que precisa do seu usurpador para viver.
O educador Paulo Freire, na obra “Pedagogia do Oprimido, ensina-nos que: “Não haveria oprimidos, se não houvesse uma relação de violência que os conforma como violentados, numa situação objetiva de opressão”. O magistério é uma das poucas armas eficazes contra essa violência.
E assim, como disse Guimarães Rosa em uma de suas grandes obras literárias, “o correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem!”
Neste 15 de outubro, lembramos que, diante dessa profusão de ameaças de retirada de direitos, parafraseamos Rosa e dizemos que o que a vida quer de nós, professores e professoras, é coragem. Somos uma categoria vitoriosa porque, historicamente, enfrentamos os ataques com coragem e unidade.
Parabenizamos cada um dos(as) professores(as) pela missão cumprida, pelo profissionalismo dedicado, pela construção de uma nova cidadania!
Diretoria Colegiada do Sinpro-DF