Voto feminino: 92 anos

Você sabia que as mulheres brasileiras estão entre as primeiras no mundo a terem direito ao voto? E que a primeira eleição brasileira que contou com a participação do voto feminino foi a de 1933, em que elas elegeram a Assembleia Nacional Constituinte de 1934?

Tudo isso aconteceu graças ao decreto promulgado no longínquo 24 de fevereiro de 1932. Nessa data foi promulgado o decreto 21.076. além da garantia do voto feminino, esse decreto estabeleceu outras duas importantes instituições brasileiras: o voto secreto e a Justiça Eleitoral.

Passados 92 anos dessa data, somos a quarta maior democracia do mundo – em número de habitantes e em número de eleitores. E a única do mundo que apresenta os resultados das eleições horas após o fim da votação. Nossa trajetória histórica é admirada por americanos, que se ressentem de seu processo eleitoral, antiquado e engessado na realidade de quase 250 anos atrás.

Chegamos às últimas eleições, em 2022, com um total de 156.454.011 de indivíduos aptos a votar. Desse total, 82.373.164 são do gênero feminino e 74.044.065 do masculino. O número de eleitoras representa 52,65% do eleitorado, enquanto o de homens equivale a 47,33%. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, as mulheres são maioria do eleitorado nacional desde as eleições de 2000. Em 2016, nos tornamos maioria também em todas as Unidades da Federação e no exterior: das 697.078 pessoas que moram fora do país e se habilitaram para votar para o cargo de presidente da República, 408.055 (59%) são mulheres e 289.023 (41%) são homens.

A nós, mulheres, ainda há muito o que conquistar. Precisamos lutar por mais espaços nas cortes superiores de justiça. Precisamos lutar por uma sociedade mais justa, mais igualitária, onde homens e mulheres dividam igualmente não só os espaços de trabalho e poder, como as obrigações domésticas.

A luta começou há muito tempo. E não tem hora pra terminar.

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