Unidade e luta em defesa dos direitos marcam o Dia Internacional da Mulher

O  Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta sexta-feira, 8 de março, será pautado como um dia de luta e união das mulheres em defesa dos direitos e da democracia.

A data tem sido marcada por essa unidade. Há alguns anos, as mulheres vêm realizando um amplo combate à reforma da Previdência que havia sido apresentada pelo ilegítimo Michel Temer (MDB) e, como não podia ser diferente, este ano, uma das principais bandeiras é contra a proposta do governo de Jair Bolsonaro (PSL), que atinge em cheio todas as mulheres, em especial, as educadoras.

Na reforma de Bolsonaro há diferenças gritantes com as atuais regras. A aposentadoria especial para o magistério, por exemplo, é mantida, porém, sobre profundas alterações provocando um impacto sem precedentes na vida da mulher.

A reforma apresentada pelo atual governo é ainda pior do que a anterior porque, se aprovada, obrigará a grande maioria das mulheres a trabalhar até os 62 anos para poder se aposentar depois de pelo menos 20 anos contribuição ao INSS. A proposta foge à realidade, uma vez que no mercado de trabalho, as mulheres são a maioria entre as pessoas desempregadas, as que ocupam os empregos mais precários e informais, sem carteira assinada e, portanto, não conseguem contribuir com o INSS durante tanto tempo.

Para combater esse cenário de desigualdade no ambiente de trabalho existe o Pacto Global das Organizações das Nações Unidas (ONU), um programa que estipula dez metas para serem atingidas pelos países participantes. Entre os objetivos está o estímulo de práticas que eliminem qualquer tipo de descriminação no emprego.

Denise Hills, presidente da Rede Brasil do Pacto Global, explica que há algumas formas de se alcançar a igualdade de direitos no mercado de trabalho. “Programas que auxiliem a mulher no momento da gravidez, subsídios para creche, trabalhar a equipe e o gestor para quando ela muda de fase são só alguns exemplos do que pode ser feito para avançarmos nesse assunto. E todo mundo ganha com uma empresa que segue esses passos”, explica.

Além da equiparação entre homens e mulheres no âmbito profissional, outro assunto que preocupa é a violência. Nesse ranking, o Brasil ocupa, infelizmente, o quinto lugar de países com maiores taxas de mortes de mulheres. São 4,8 para cada 100 mil mulheres de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Já um levantamento recente do Datafolha, encomendado pela ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), mostrou que nos últimos 12 meses, 1,6 milhão de mulheres foram espancadas ou sofreram tentativa de estrangulamento no Brasil, enquanto 22 milhões (37,1%) de brasileiras passaram por algum tipo de assédio. Sendo que 42% dos casos de violência ocorreram no ambiente doméstico.

Para esses casos, as mulheres já contam com alguns mecanismos de proteção como, a da Lei do Feminicídio (nº 13.104/2015), que classifica o crime de gênero e o coloca no rol de delitos hediondos como, estupro, genocídio e latrocínio, com penalidades para os criminosos que chegam a reclusões que variam de 12 a 30 anos, e é inafiançável. Além da Lei Maria da Penha (11.340/2006), que há 12 anos busca realizar o combate ao cerceamento e opressão das brasileiras.

A diretora de Assuntos e Políticas para Mulheres Educadoras do Sinpro-DF Vilmara Pereira explica que outro ponto de apoio às mulheres também está a atuação das entidades sindicais. O sinpro-DF, por exemplo, sempre  fortaleceu a luta para atender as diversas demandas desse segmento. Uma das conquistas pode-se destacar  a  Gestão Democrática, que atuou para rotatividade das relações de poder nas escolas, permitindo que professoras ocupassem os cargos de direção. Outro ponto comemorado foi o protagonismo do Sinpro na criação da primeira Secretaria de Assuntos e Políticas para as Mulheres Educacadoras. “A categoria do Sinpro é formada, majoritariamente, por mulheres, cerca de 80%.  Pensando nisso, temos reforçado a importância desse debate em diversos espaços. Desejamos a todas companheiras um ótimo dia da mulher e conclamados a todas para seguirmos firmes e unidas na luta em busca busca de melhores condições de trabalho, por igualdade de gênero, pelo direito de ir e vir, contra o racismo, feminicio e todo tipo de violação às mulheres”, afirmou a  diretora.

Dia de luta

Em Brasilia,  a data será celebrada  em um grande  Cortejo do Dia Internacional de Luta das Mulheres, construído por mais de 90 organizações e coletivos ligados à luta das mulheres.

Este ano, o ato tem como lema “Pela vida de todas as mulheres, resistiremos!”, que denunciará o aumento dos números crescentes de feminicídio e os ataques aos direitos sociais e trabalhistas.

A atividade será realizada na Esplanada dos Ministérios, com concentração às 16h, no gramado da rodoviária do Plano Piloto.

Fonte: com informações CUT Nacional