Trabalhadores(as) debatem o papel das redes sociais na ação sindical

“É preciso que os sindicatos se apropriem da lógica da internet e das redes sociais para se aproximarem cada vez mais dos trabalhadores”. Este foi um dos entendimentos pautados durante o debate promovido pela CUT Brasília, nesta quinta-feira (29), no auditório Paulo Freire no Sinpro/DF.
De acordo com o palestrante, o jornalista Renato Rovai, esta é uma discussão urgente diante do processo de transição das mídias impressas para as digitais, oriundo dos avanços tecnológicos.  Para Rovai, a campanha presidencial do governo conservador eleito, realizada completamente pela internet, representa o estopim dessa mudança nos diálogos.
Segundo ele, é preciso que gestões progressistas,  movimentos sociais e sindicatos compreendam e explorem todos os processos comunicativos possíveis para fortalecerem a luta em defesa dos direitos. “Para fazermos a batalha frente aos desafios, é fundamental a modernização. Esse processo já começou, porém, ainda há um grande caminho pela frente. Temos que acelerar o passo e fazer o enfrentamento de uma maneira muito mais firme, tendo a consciência de que a inércia pode representar inúmeras derrotas”, afirma.
Diante da política seletiva que tomou conta da população, o desafio agora é virar o jogo, garante o blogueiro. Para ele, as relações midiáticas chegaram a outro nível, por isso, é preciso retomar a confiança junto aos leitores e lutar, pois os movimentos estão pagando pela falta de democratização da mídia.
“Hoje, os meios tradicionais de comunicação estão fragilizados. Os grandes veículos que antes eram responsáveis pela mediação de conteúdos estão em crise.  Muitas vezes, as pessoas deixam de acreditar em veículos de confiança para acreditar nos amigos, nos vizinhos, nos familiares, naquelas pessoas mais próximas. Diante dessa mudança,  a internet é um caminho possível para o combate junto à democratização da mídia. O trabalho de base e conversas corpo a corpo devem ser intensificados com o auxílio das redes sociais. O trabalhador e o internauta são a mesma pessoa, por esse motivo essa discussão precisa abranger as redes e as ruas”, explica.
Para a diretora do Sinpro e da CUT Brasília,  Nilza Cristina, no atual cenário de desafios  e retrocessos, é fundamental que os movimentos disputem a narrativa em meio à hegemonia midiática. “Precisamos nos inserir e nos modernizar. Jamais usando fakenews ou da má fé como alguns usaram. Mas, estamos em um mundo completamente tecnológico e temos muito o que aprender com ele e com nossos erros. As últimas eleições foram completamente digitais, agora, é o momento de entrarmos nessa corrida e garantir nosso espaço de fala e, assim, mantermos a luta por direitos e conquistas”, finaliza a diretora.