Trabalhadores na educação escracham senador golpista do DF em audiência pública

Um dia após a consolidação do golpe parlamentar no país, os trabalhadores em educação mostraram que não se deixaram abater com a ruptura democrática e que lutarão em defesa dos direitos e conquistas sociais. Na manhã desta quinta-feira (1º), durante audiência pública na Comissão de Educação no Senado Federal, dezenas de educadores, movimentos sindicais e estudantis protestaram contra o nefasto projeto de Lei Escola sem Partido, popularmente conhecido como PL da Mordaça. Com gritos de “golpista”, “devolva meu voto”, cartazes e faixas, os manifestantes escracharam o senador Cristovam Buarque (PPS-DF). O parlamentar que votou a favor do impeachment, coordenava a audiência e, contrariado, cancelou a continuidade da sessão e do debate.
A sessão discutia sobre a “liberdade de expressão na sala de aula”, com representantes favoráveis e contrários ao projeto. Para os trabalhadores na educação, que são contrários ao Escola sem Partido, o PL tenta fincar a qualquer custo o fim à liberdade de expressão e à liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento e o pluralismo de ideias.
14233036_1240208719364927_8908367586492957577_n (1)O PL foi apresentado alegando a necessidade de uma suposta “neutralidade do ensino”. Para tanto, propõe a proibição de possível “doutrinação ideológica” nas escolas. Os educadores, contudo, entendem que o projeto apenas retira os direitos dos professores, instalando a censura e impedindo o desenvolvimento de ensino crítico.
Para a diretora estadual da CUT e dirigente do sindicato dos professores no Distrito Federal (Sinpro), Rosilene Corrêa, a luta está apenas começando. “Vamos intensificar ainda mais a nossa luta contra esse PL que retira direitos dos professores e dos alunos. Não permitiremos que esse e outros projetos de golpistas retirem ainda mais nossos direitos”, afirma a dirigente.
“O que se pretende, de fato, é implementar uma ideologia conservadora nas salas de aula, uma educação acrítica, impedir o debate e a troca de conhecimentos, perseguir os grêmios e entidades estudantis e burlar o direito à liberdade de expressão”, explica  Rodrigo Rodrigues, secretário-Geral da CUT Brasília.