Toma posse primeira reitora da UnB, eleita com mais de 50% dos votos
Pela primeira vez no seu meio século de história, a Universidade de Brasília (UnB) será administrada por uma mulher. A professora do Instituto de Geociências, Márcia Abrahão, tomou posse do cargo de reitora nessa quinta-feira (24), em cerimônia realizada no Auditório 10, do Instituto Central de Ciências (ICC), no Campus Darcy Ribeiro, e terá um mandato de 4 anos, entre 2016 e 2020.
Márcia Abrahão e Enrique Huelva foram eleitos com 53,34% dos votos válidos da comunidade acadêmica em um pleito realizado em setembro, com Chapa 94 – Diálogo para Avançar. Desde 2014, ela é diretora do Instituto de Geociências (IG), unidade na qual exerceu a função de vice-diretora. Foi decana de Ensino de Graduação, de 2008 a 2011, e coordenou a implantação do Programa de Reestruturação Universitária (Reuni), processo de liberação de recursos para expansão acadêmica, de infraestrutura e dos campi da UnB. No período, foram criados 36 cursos de graduação.
Entre as principais pautas de seu mandato como reitora estão as de implantar a flexibilização da jornada de trabalho para os servidores da UnB, o incentivo à capacitação, a ampliação das políticas de acolhimento e permanência, a modernização da infraestrutura e o estímulo à excelência no ensino e aprendizagem.
Márcia Abrahão considera como diferencial na atuação de um gestor a abertura ao diálogo e esforço conjunto para promoção de avanços na qualidade acadêmica. “A Universidade precisa de gestores que sejam bastante executivos, que procurem simplificar os processos, que saibam ouvir e que trabalhem com equipes multidisciplinares com base em mérito, de forma democrática”, afirma.
A diretoria colegiada do Sinpro-DF parabeniza a Chapa 94 – Diálogo para Avançar e a comunidade acadêmica por esta vitória e acredita que a professora Márcia Abrahão irá trabalhar para fortalecer a universidade pública e gratuita, em prol da democratização do ensino superior e contra todo tipo de tentativa de privatização da educação pública.
“A nomeação dela é importante porque ela contou com a adesão de setores da comunidade acadêmica comprometidos com a defesa da educação pública, gratuita e socialmente referenciada, além de ser contra a elitização da universidade federal pública, ela é uma defensora da ampliação da instituição a todas as classes sociais”, afirma Vilmara Carmo, coordenadora da Secretaria para Assuntos e Políticas para Mulheres Educadoras do Sinpro-DF.
Para Vilmara, passou da hora de a UnB eleger uma mulher para assumir a Reitoria. “Afinal, as mulheres estão entre as pessoas que estão nas faixas de escolaridade mais elevadas do que os homens e esse é um dado que não aparece. Ela representa essa realidade e sua eleição ajuda a construir uma política de gênero na universidade pública”.
Na cerimônia de posse, estiveram presentes, representando a gestão 2012-2016, o ex-reitor Ivan Camargo; a ex-vice-reitora Sonia Báo; os decanos Luís Afonso Bermúdez (DAF); Maria Ângela Feitosa (DGP) e Valdir Steinke (DEX). A solenidade teve ainda a presença de outros dois ex-reitores da UnB: José Geraldo de Sousa Junior e o ex-reitor pro tempore, Roberto Aguiar. O secretário de Estado de Educação do Governo do Distrito Federal (GDF), Júlio Gregório Filho, e a ex-deputada distrital Arlete Sampaio (PT) também prestigiaram a solenidade.
“É uma alegria muito grande ter a professora Márcia Abrahão como reitora da UnB. Nós mulheres, educadoras e educadores, nós, do movimento social festejamos esta vitória. E, enquanto uma das coordenadoras do Movimento Pró-Universidade Pública em Ceilândia (Mopuc), destaco o apoio que recebemos da professora Márcia na nossa luta para instaurar um campus da UnB na Ceilândia. Foi incansável a atuação dela para materializar essa luta”, lembra Eliceuda França, diretora da Secretaria para Assuntos Culturais do Sinpro-DF e coordenadora do Mopuc.
Ela conta que a professora Márcia sempre foi comprometida com essa luta, abrindo a universidade para o debate democrático. “Ela sempre teve um cuidado muito grande em fortalecer a participação do movimento social nas instâncias da universidade. Enquanto esteve na Reitoria, como decana, demonstrou o compromisso da construção democrática da universidade. Estamos muito feliz e com certeza estaremos junto com ela nessa construção. Ela é uma pessoa que pode transformar a UnB num espaço muito mais democrático e estamos torcendo que o trabalho dela seja de muito sucesso”, finaliza.
Com informações do UnB Notícias