Tentativa de golpe institucional no Brasil é repudiada no País e em várias partes do mundo

Mais de 800 mil pessoas em todo o Brasil foram às ruas contra a tentativa de golpe institucional no País. Em 26 estados e no Distrito Federal e em 16 países os atos em respeito à democracia e pelo fim da tentativa de golpe, realizados na quinta-feira (31), mostraram que os trabalhadores e trabalhadoras não aceitarão um retrocesso na democracia brasileira. Na pauta dos protestos ainda constava a defesa da democracia – golpe nunca mais; contra o ajuste fiscal – por outra política econômica; e a defesa dos direitos trabalhistas – contra a reforma da Previdência.
9a95f660-a026-4a38-9dd4-a1c9470d21aa                                                                    Foto: Ecom/Sinpro-DF
Em Brasília, a Jornada Nacional em Defesa da Democracia reuniu mais de 200 mil manifestantes de todas as etnias, regiões do país, gênero, classe social e eleitores ou não da presidenta Dilma Rousseff com um objetivo em comum: o desejo de defender o Estado de Direito. Além da Capital Federal, atos políticos e culturais reuniram mais de 850 mil pessoas em mais de 50 cidades brasileiras. Fora do país, brasileiros e movimentos sociais também se manifestaram contra o golpe em curso no estado brasileiro e enviaram mensagens de apoio ao governo federal nas redes sociais.
Os sinais de apoio também foram vistos fora das ruas. Durante a manhã a presidente da República Dilma Rousseff recebeu artistas e intelectuais no Palácio do Planalto. Nem todos, como a atriz Letícia Sabatella, mostraram um discurso a favor do governo da presidente, mas deixaram claro que são contra o impeachment. De escritores a cantores, de médicos a atores, inclusive o americano Danny Glover, que participou via vídeo, mostraram solidariedade à presidente e se colocaram contra o impeachment. “Eu gostaria de enviar uma mensagem de amizade aos milhões de brasileiros que celebram a democracia ao invés de miná-la. Vocês não estão sozinhos. Não vai ter golpe”, disse o ator estadunidense.
Já a cineasta Anna Muylaert também fez questão de se solidarizar com o Brasil neste momento difícil. “O trabalho que foi feito pelo governo Dilma, pelo governo anterior do Lula, é um trabalho de inclusão social de um nível estrondoso no planeta. Na Europa inteira, a Europa sabe e reconhece. Aqui, talvez precise de alguns anos para a gente entender a dimensão do que vem acontecendo”, disse Anna. “O mundo inteiro já sabe, o mundo inteiro já está informado do que está acontecendo no Brasil, da tentativa de remover uma presidenta. Senhora presidenta, resista. Resista porque a senhora não está sozinha”, complementou o neurocientista Miguel Nicolelis.
1a57be9d-e674-4fd0-aa8d-e66398c3bab4    39f93d13-efb4-43e3-a68c-b36766e36246  Em Paris
Pautas da CNTE
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) participou do Dia Nacional de Mobilização. A manifestação superou as expectativas dos organizadores, com a presença de cerca de 200 mil pessoas, sendo 10 mil trabalhadores de 23 sindicatos filiados à CNTE. Na pauta de reivindicações da CNTE estão a não militarização das escolas, não às Organizações Sociais (OSs), não à mercantilização da educação, não ao fim da aposentadoria especial dos professores, não ao aumento da idade para aposentadoria e não à mesma idade para aposentadoria de homens e mulheres.
b59417b4-70c3-4ec6-8f50-d248b7728303 358916ce-dd0e-4347-975b-02dd89df2570
Segundo o presidente da CNTE, Roberto Leão, estavam presentes no evento trabalhadores em educação e funcionários de diversos setores. “Toda a classe trabalhadora unida em defesa da democracia”, afirmou. “Claro que nós temos também reinvindicações importantes, por exemplo: nós somos contra a reforma da previdência, nós não queremos a militarização das escolas, nós não queremos que as escolas sejam dirigidas pelas OSs, mas acima de tudo isso existe a luta em torno da democracia que neste momento corre risco no nosso país”, declarou.
O Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 257/2016 é outro ponto bastante combatido pela classe trabalhadora. Em síntese, o projeto sinaliza para o mercado com medidas de contenção de custos que vão do arrocho salarial dos servidores públicos à privatização de empresas estatais, implícita na possibilidade de a União aceitar ativos pertencentes aos Estados e DF – empresas públicas e participações acionárias majoritárias – para futura alienação.
 
Confira abaixo atos realizados em algumas partes do mundo:
 
Em Portugal: (http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/03/manifestantes-fazem-protesto-contra-impeachment-de-dilma-em-lisboa.html)
Em Paris: (http://www.cut.org.br/noticias/em-dia-de-protestos-em-paris-brasileiros-defendem-dilma-d57a/)
Apoio de Danny Glover: (http://www.cut.org.br/noticias/danny-glover-estamos-com-dilma-e-declaramos-que-nao-vai-ter-golpe-b5c6/)
Em Londres: (http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/03/brasileiros-protestam-contra-impeachment-de-dilma-fora-do-pais.html)