Temer, por favor, deixe o povo voltar ao poder, diz Lula

Mais de 100 mil na Paulista ouviram Lula dizer que “os coxinhas têm vergonha de dizer que eles também não querem o Temer. Eu quero é ver essas pessoas agora na rua, porque não é possível que as pessoas não se deem conta do que eles (o governo interino) estão fazendo para desmontar este país. Eles não querem governar, eles querem vender patrimônio público”.

“Eu não vou dizer Fora Temer, porque para mim não fica bem. Mas eu quero dizer: ‘Temer, por favor, você é um advogado constitucionalista, você sabe que você não agiu corretamente ao assumir o cargo. Por favor, permita que o povo volte ao poder e concorra em 2018 para ver se você consegue ser presidente”, disse, para delírio da multidão, que, em mais uma dentre tantas vezes, entoou o grito “Fora Temer”.
Lula lembrou que os seus dois mandatos e o mandato de Dilma mostraram que investir nos pobres desfez uma série de mentiras sempre repetidas ao longo da história brasileira.
“Pobre, quando pega emprestado, paga, porque a garantia do pobre é a cara dele. Eles (os golpistas) perceberam que o pobre deixou de ser problema para ser solução para esse país”, comentou Lula, referindo-se ao período de crescimento econômico impulsionado, em parte, pelo aumento da renda das camadas mais pobres da população.
“É esse povo, esse contingente que pode salvar este país”, completou, depois de comparar que um grande empresário investe em especulação ao receber milhões de empréstimo, enquanto um trabalhador investe em bens essenciais e faz a economia girar.
O ex-presidente frisou, mais de uma vez, que as mudanças sociais, econômicas e culturais construídas nos últimos anos não foi obra dele, mas da militância e de todos os trabalhadores e trabalhadoras que confiram no projeto que ele representa.
Ao falar do PT, disparou: “Acho que cada petista deveria entrar com uma ação contra quem nos chama de organização criminosa. Eu tô de saco cheio”, referindo-se à perseguição da mídia e de setores do Judiciário.Mais de 100 mil. Foto de Paulo Pinto/AgênciaPT/Fotos PúblicasMais de 100 mil. Foto de Paulo Pinto/AgênciaPT/Fotos Públicas
 
Confira outras passagens de Lula na noite desta sexta em São Paulo:
“O Temer pegou a interinidade e não agiu como interino. Ele agiu como se fosse Fidel Castro ao entrar em Havana depois da revolução de 1939. E o Temer não tem essa autoridade”.
“Os 300 picaretas que falei em 1994, olha, o número aumentou um pouco”, em referência ao Congresso Nacional.
“Eu tenho orgulho do que fizemos neste país”.
“Eu fui o único presidente do Brasil a ser chamado para todas as reuniões do G8. E fui chamado não por ser bonito, mas porque, graças a vocês, nós conseguimos fazer a maior revolução social da história deste país”.
“Uma coisa que provamos é que dar aumento para o salário mínimo, e foram 74% de aumento, não causa inflação. A gente provou que dar aumento real para os trabalhadores durante 12 anos não causa inflação”.
“Eu vi o ministro interino das Relações Exteriores (José Serra) numa entrevista no Roda Viva. Aí lembrei de uma frase do Chico Buarque quando apoiou a candidatura da Dilma: ‘Os governos do PT não falam grosso com a Bolívia e fino com os Estados Unidos’. Voltou o complexo de vira-latas. Quero dizer a eles o seguinte: a gente não é respeitado por ser grande, rico ou porque temos bomba atômica. Os Estados Unidos seriam muito mais respeitados se tivessem solidariedade com os outros povos”.
“Não posso aceitar que um brasileiro ou uma brasileira sejam inferiores a um americano, a um francês. Nós não nos rendemos nunca”.
“Eu não estou doente. Estou melhor que quando tinha 50 anos. Estou com 70 com mentalidade de 30”.
“Falam (a mídia) como se o dinheiro de campanha do PSDB fosse arrecadado na sacristia da Igreja da Sé”.
“Eu estou esperando que algum delegado ou integrante do Ministério Público venha me dizer que eu desviei um centavo durante toda a minha vida. Eu estou esperando”.
“Não admito vazamento de conversa telefônica minha para tentar manchar a minha imagem. Quanto mais eles me provocarem, mais eu corro o risco de ser candidato em 2018”.
Com informações da CUT