Superlotação de salas de aula não combina com educação
Neste ano letivo de 2024, mais uma vez o governador Ibaneis Rocha insistindo em sua “estratégia” de subverter as boas práticas pedagógicas e as leis da física, em detrimento de obras viárias: as salas de aula estão superlotadas, com aumento de até 60% no número de alunos. A primavera que começa esta semana se anuncia com temperaturas extremas, o que torna as aulas em salas superlotadas ainda mais insalubres.
“Essas salas de aula, nos períodos quentes, estão sem ventilação, iluminação, isolamento térmico adequado. Elas se tornam espaços degradantes, inóspitos mesmo. Isso é um sufocamento material e simbólico do direito à educação, do acesso e permanência na escola com êxito nas aprendizagens”, aponta Olga Freitas, que é Pedagoga, Doutora em Educação e Mestra em Neurociência do Comportamento, dentre outras qualificações.
Em cada tipo de escola, o prejuízo pedagógico é diferente. Nos anos iniciais, por exemplo, o perfil de estudantes é de crianças, que ainda pedem colo, e precisam aprender, dentre outras coisas, a manipular e controlar adequadamente o material escolar. Demandam muita atenção das professoras.
“É uma verdadeira asfixia do processo de desenvolvimento de crianças e jovens, especialmente das classes menos favorecidas, que têm (ou pelo menos deveriam ter) na escola um dos principais espaços de desenvolvimento pleno e integral”, completa Olga.
As crianças e jovens ficam cada vez mais apertados dentro das salas, muitas desses locais com sérios problemas de ventilação. Num mundo onde as ondas de calor extremo só fazem se intensificar, os problemas causados pela superlotação das salas de aula tendem a se agravar.
“Em vez de impor normativas que validam o amontoamento de estudantes em espaços paralisantes, o GDF deveria minimamente tentar cumprir o PDE que, em suas diretrizes, prevê o planejamento estratégico e sua implementação para a construção e reforma de unidades escolares a partir do levantamento das necessidades da população”, analisa Olga Freitas.
“É imperativo que o governador Ibaneis Rocha respeite a capacidade máxima das salas de aula. O excesso de estudantes nas salas de aula compromete o processo pedagógico, dispersa crianças e jovens, deixa nossos e nossas profissionais com sobrecarga de demandas e, nos dias mais quentes, submete seres humanos a condições degradantes, que sofrem com o calor e a baixa ventilação.”, aponta a diretora do Sinpro, Márcia Gilda.
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