Sistema de ciclos educacionais não será obrigatório na rede pública do DF
O Conselho de Educação do DF aprovou, por unanimidade, um projeto elaborado pela Secretaria de Educação com algumas mudanças no sistema implantado no início deste ano diante de controvérsias. Entre as alterações, está o desmembramento da semestralidade para o ensino médio do projeto de ciclos, além da exigência de uma metodologia de avaliação constante do trabalho realizado nas escolas.
O documento aprovado pelos 16 conselheiros contempla o 1º ciclo (educação infantil) e o 2º ciclo, que se divide em dois blocos: o Bloco Inicial de Alfabetização (BIA), iniciado no DF em 2005; e o Bloco 2, que engloba o 4º e o 5º anos.
A cotação do conselho foi uma das exigências feitas por professores, alunos e pais, que participaram de 42 conferências públicas realizadas em14 regionais de ensino, em novembro.
“Os participantes deram algumas indicações do que queriam. Foi uma metodologia muito questionada e precisávamos ouvir a comunidade. Continuamos garantindo o critério da adesão. Ninguém será obrigado”, afirma a subsecretária de Educação Básica, Edileuza Fernandes.
O diretor do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF),Washington Dourado acredita que a polêmica em relação aos ciclos educacionais continua, mesmo após um ano de discussões. “É um projeto interessante, mas o governo ainda não avançou em relação à garantia das condições para as escolas que optarem por esse formato”, afirma.
Como funciona o novo método
O 1º ciclo engloba as escolas de educação infantil, com crianças de 4 e 5 anos.Oprofessor trabalha com linguagens e há uma parceria mais aprofundada com a família. O Bloco Inicial de Alfabetização abrange os três primeiros anos do ensino fundamental. Nessa fase, a progressão é continuada.
O foco é a aprendizagem e não há reprovação até o 3º ano. Fazem parte do bloco 2 os 4º e 5º anos do ensino fundamental. Nesse caso, a retenção só ocorre no 5º ano. A avaliação é formativa. Os professores trabalham com provas, seminários e trabalhos em grupo.
Para os que chegam ao fim sem conseguir a aprovação, o foco no ano seguinte será nas dificuldades individuais.
Componentes como a semestralidade e o 3º ciclo—do 6º ao 9º ano —, ainda serão discutidos pelo Conselho.
Eleição nos colégiosAlunos, pais, professores e funcionários das escolas públicas do DF decidiram, durante todo o dia desta quarta-feira ontem, quais serão os gestores das unidades de ensino nos próximos três anos. As eleições para diretores, vice e integrantes dos conselhos escolares ocorreram das 7h30 às 21h30. Apenas 20 escolas da rede ficaram de fora da votação. Das participantes, 82%, ou 561 escolas, têm chapa única. O resultado será divulgado em 3 de dezembro. Os eleitos têm mandato de três anos.
Correio Braziliense