Sinpro presente no lançamento da Conae na CLDF

Por convocação do deputado distrital Gabriel Magno (PT), presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), foi realizada na manhã desta terça-feira (19/9) a audiência pública de lançamento da Conferência Nacional de Educação (Conae).

Junto com Gabriel Magno, estiveram presentes o coordenador do Fórum Distrital de Educação, Júlio Barros, a secretária da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) Rosilene Oliveira, a diretora do Sindicato dos Professores no Distrito Federal Luciana Custódio, a representante do Grupo de Trabalho Pró- Alfabetização de Jovens, Adultos e Idosos Trabalhadores do Distrito Federal (GTPA Fórum EJA) Maria Luiza Pinho Pereira e o representante da União do Estudantes Secundaristas do Distrito Federal (UESDF), Lucas Souza Cruz.

 

Dois planos e um golpe

Uma série de metas para a educação brasileira e do Distrito Federal foram elaboradas há 10 anos. Diziam respeito à quantidade de alunos em sala de aula, matrículas em todas as modalidades de ensino básico e superior, remuneração de profissionais da educação. Com a descoberta do pré-sal, o governo à época determinou que os royalties da exploração do petróleo do pré-sal fossem destinados à educação. Com a golpe contra Dilma Rousseff, em 2016, além da Emenda Constitucional 95, que congelou os investimentos por 20 anos, a privatização da exploração do pré-sal inviabilizou o cumprimento de quase todas as metas, tanto do Plano Nacional de Educação (PNE) quanto do Distrital (PDE).

O deputado Gabriel Magno deu um exemplo do retrocesso: “em 2015, o DF investia 3,1% de seu PIB em educação. A meta 20 do Plano Distrital de Educação determinava q esse percentual deveria ser de 6,2% até 2024. Chegamos a 2023 com 2,6% do PIB do DF investidos em educação. Em vez de avanço, houve retrocesso”.

Julio Barros destacou que, ao contrário do que vinha ocorrendo desde 2016, em que os Planos foram desconsiderados, desta vez há uma união do estado e das entidades da Sociedade civil na organização da Conae. “É importante destacar a participação ativa da Secretaria de Estado de Educação e o Fórum Distrital de Educação e suas entidades filiadas na condução dos trabalhos”.

Plano de ação

O objetivo deste último ano de vigência dos atuais planos de educação é fazer um levantamento para embasar o planejamento para os próximos 10 anos. Haverá, nos próximos meses, dezenas de conferências para fazer levantamento dos segmentos da educação pública, privada, básica, superior, EJA, bem como das carreiras assistência e magistério da educação pública.

O coordenador do FDE, Júlio Barros, listou as principais conferências distritais:

Dia 9 de outubro, às 13:30, no auditório da EAPE: Conferência Livre de Educação, com a avaliação dos 9 anos do Plano Distrital de Educação

Dia 15 de outubro: Divulgação do documento base da Conae Distrital

Dia 31 de outubro, às 9 e às 14h: O Sinpro realizará conferências nas 14 cidades com regionais de ensino, com professores da educação básica

 

9 a 11 de novembro – Conae Distrital Em formato híbrido, online e presencial, na EAPE:

Dia 9: O evento será online, para a aprovação do regimento da conferência. Haverá um painel de abertura, seguido de aprovação do regimento e discussão e aprovação das emendas sobre o eixo de gestão democrática. Também haverá apresentação, debate e aprovação de minuta de Projeto de Lei de adequação da lei de Gestão Democrática.

Dias 10 e 11: Evento presencial, na EAPE: debate e aprovação das emendas aos 7 eixos do documento base e eleição da delegação para a Conae nacional, que ocorre entre os dias 28 e 30 de janeiro, aqui em Brasília.

A delegação será escolhida em plenárias específicas, e cada segmento elegerá seus respectivos representantes.

 

Paulo Freire, 102

Não por acaso, a audiência pública de lançamento da Conae na CLDF foi marcado para o 19 de setembro, quando se celebram 102 anos do nascimento do Patrono da Educação, Paulo Freire. Em suas falas, todos os membros da mesa citaram Freire. Rosilene Correa lembrou da simbologia do momento: “não à toa estamos lançando a Conae neste 19 de setembro. E precisamos discutir as várias educações do Brasil, a educação indígena, a educação dos ribeirinhos, a educação dos quilombolas”.

Luciana Custódio lembrou Freire ao citar que “ser professor e não lutar é uma contradição”. A dirigente do Sinpro destacou ainda que “O desafio mais importante nós teremos é o de manter o caráter público da educação. Numa rede com mais de 2/3 da regência sob professores em regime de contrato temporário, isso é desmonte da educação pública, isso é um projeto.  Precisamos, a partir do projeto de educação garantir nossa luta por concurso público e pela estruturação de uma educação com condições reais de promover as aprendizagens.”

A representante do GTPA-Fórum EJA, Maria Luiza Pinho Pereira, ao lembrar da práxis freireana, disse que “a Democracia está nos conselhos: os conselhos escolares, os conselhos tutelares que estão em processo de escolha, e os conselhos de cultura. Nossa lei orgânica é a que mais conselho tem. No executivo, precisamos ocupar esses espaços de conselhos – inclusive o conselho fiscal do Fundeb no Distrito Federal”.

Lucas Souza Cruz, da UESDF, resumiu o espírito após os anos de trevas: “Estamos aqui ressuscitando e tocando o processo dialógico, democrático e participativo da Conae”.

 

No Facebook do Sinpro você encontra o álbum com todas as fotos do evento.

VEJA O ÁLBUM

MATÉRIA EM LIBRAS