Sinpro integra delegação na entrega de moção de repúdio ao golpe no Paraguai

Integrantes do Sinpro-DF, de movimentos sociais, deputados e senadores entregaram na última quarta-feira (27), ao ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, moção manifestando repúdio ao impeachment do presidente paraguaio, Fernando Lugo, cujo processo consideram um golpe de Estado. Segundo o integrante da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Alexandre Conceição, os movimentos sociais e os parlamentares consideram que houve uma ruptura na ordem democrática do Paraguai. “Não podemos permitir que haja um novo banho de sangue na América Latina por meio de golpes”, disse Alexandre. Assinaram a moção, além do MST, o Sinpro-DF, a União Nacional dos Estudantes (UNE), o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Movimento de Mulheres Camponesas, Movimentos de Pequenos Agricultores, CUT-DF e um grupo de 16 senadores e deputados.
Conceição afirmou ainda que o grupo quer a suspensão do Paraguai das instituições que integram o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), e pediram a incorporação da Venezuela ao Mercosul. “Como o Brasil assume a presidência do Mercosul nesta sexta-feira (29), pedimos que o governo brasileiro possa criar as condições jurídicas e políticas para que a Venezuela seja incorporada ao Mercosul”. O dirigente do MST disse ainda que os movimentos sociais pediram aos parlamentares que constituam um grupo para ir ao Paraguai, pois há informação de repressão pelo novo governo aos movimentos do campo e àqueles que são contrários ao impeachment.
O ministro Patriota agradeceu o apoio do grupo à posição do governo brasileiro, que corretamente admite que houve uma ruptura no processo democrático paraguaio, além de pouco tempo para o ex-presidente Lugo fazer sua defesa. Patriota embarcou dia 27 de junho para a Argentina, onde será realizada a reunião de cúpula do Mercosul. Na sexta-feira (29), os presidentes dos países que fazem parte do Mercosul se reunirão para tratar da questão do Paraguai e à tarde será realizada a reunião da Unasul para tomar posição sobre o mesmo tema.
Para a Diretora de Políticas Sociais e Relações Institucionais do Sinpro, Meg Guimarães, que representou o Sindicato dos Professores na audiência com Patriota, diz que “trata-se de um golpe da oligarquia proprietária de terras, com o apoio do imperialismo estadunidense, estando certo o governo brasileiro em condenar a destituição de Lugo e chamar de volta seu embaixador no Paraguai”. Ela ressalta a importância de a presidenta Dilma não reconhecer o novo regime, a exemplo do que fez outros governos, e conclui: “o golpe que aconteceu no Paraguai serve de alerta ao povo brasileiro e à toda América Latina, pois quando os povos reafirmam a vontade de recuperar sua soberania e controlar as riquezas nacionais, com reforma agrária e reestatizações, mais do que nunca se torna necessária a  unidade dos trabalhadores e dos povos – bem como o fortalecimento das organizações que os representam – para levar em frente a luta por suas  aspirações sociais e nacionais”.