Sinpro-DF homenageia os 97 anos de nascimento de Paulo Freire
Há 97, no dia 19 de setembro de 1921, nasceu Paulo Freire. Educador pernambucano que, em 1960, desenvolveu um método “simples e revolucionário” de alfabetização para adultos. Em 2012, num ato público marcado por manifestações emocionadas, a viúva de Paulo Freire, Ana Maria Freire, recebeu o certificado que declara o educador pernambucano como patrono da educação brasileira.
A cerimônia ocorreu no auditório da TV Câmara, na Câmara dos Deputados. Ana Maria recebeu a homenagem ao marido, falecido em 1997, das mãos da deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), de lei que instituiu o título, aprovado por unanimidade na Câmara dos Deputados e no Senado e transformado na Lei nº 12.612, em abril de 2011, após sanção da ex-presidenta da República Dilma Rousseff.
Na época, o ex-reitor da Universidade de Brasília (UnB), José Geraldo de Sousa Junior, disse que Freire “foi um educador notável, reconhecido em todo o mundo, tendo recebido 40 títulos de Doutor Honoris Causa em universidades como Oxford, Harvard e Cambridge”, disse. Considerado um dos principais pensadores da história da pedagogia mundial, Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997) foi educador e filósofo e influenciou o movimento chamado pedagogia crítica.
Sua prática didática fundamentava-se na crença de que o estudante assimilaria o objeto de análise fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído. Nascido no Recife, Freire formou-se em Direito, mas nunca exerceu a profissão, preferindo dar aulas de língua portuguesa numa escola de segundo grau.
Durante o governo do presidente João Goulart, coordenou o Programa Nacional de Alfabetização, que tinha o objetivo de alfabetizar cinco milhões de pessoas. Criador da “pedagogia da libertação”, ele foi preso em 1964, pela ditadura militar, exilou-se depois no Chile e percorreu diversos países, sempre levando o seu modelo de alfabetização, antes de retornar ao Brasil em 1979, após a publicação da Lei da Anistia.
A partir da década de 60, a “pedagogia da libertação” passou a simbolizar a contribuição de Freire ao pensamento pedagógico mundial. Paulo Freire é um dos brasileiros mais conhecidos no exterior. Tem bustos em praças públicas e é nome de rua em vários países de diversos continentes, sobretudo na África ena América Latina. Seus livros foram traduzidos para diversos idiomas e se transformaram em clássicos do pensamento relacionado à educação em todo o mundo.
Sua obra é atual e totalmente conectada com a realidade. Na Pedagogia do Oprimido, por exemplo, há um trecho em que ele diz que: “O próprio da Direita é pensar SOBRE o povo para, conhecendo-o melhor, dominá-lo. No momento em que a Direita pensar COM o povo, o já não é direita ou terá se equivocado e, nesta hipótese, pagará caro por seu equívoco. A Esquerda, pelo contrário, pensa COM o povo ou desaparece Por isto é que, mesmo tendo de também pensar SOBRE o povo se distigue este pensar daquele. A Esquerda pensa SOBRE o povo para, melhor conhecendo-o, melhor FICAR COM ele”.
A obra “Pedagogia do Oprimido” completa 50 anos em 2018. Essa obra revolucionou o sistema de ensino de adultos em todo o planeta, criando um modelo pedagógico que até hoje é inovador e faz de Paulo Freire o terceiro cientista brasileira mais citado em trabalhos acadêmicos da área de humanas no mundo, segundo levantamento do Google Scholar
A direitoria colegiada do Sinpro-DF afirma que, nesta data de nascimento de Freire, é importante homenagear o pensador que alfabetizou milhões, uma vez essa homenagem é mais relevante do que nunca diante da intolerância e dos ataques à democracia.
Com informações da internet.