Sinpro-DF comemora Dia Internacional da Mulher com debate sobre violência

capa1Mais de 200 pessoas participaram, na noite de terça-feira (8), da comemoração do Dia Internacional da Mulher. Realizada pela Secretaria para Assuntos e Políticas para Mulheres Educadoras, no Auditório Paulo Freire, na sede do Sinpro-DF, a atividade de comemoração do 8 de março deste ano teve o intuito de trazer para a categoria uma reflexão sobre novas formas de violência contra a mulher, como as que ocorrem cotidianamente nas redes sociais da internet.
Para isso, realizou um debate intitulado “Enfrentamento da violência contra a mulher nas redes sociais”. A comemoração contou também com o lançamento do livro “Mulheres Inspiradoras”, organizado pelas professoras Gina Vieira Ponte de Albuquerque e Vitória Régia de Oliveira Pires.
Estiveram presentes várias mulheres do meio acadêmico e político do Distrito Federal, tais como a professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (FE-UnB), Maria Luiza, e a deputada federal Érika Kokay (PT-DF). A deputada falou da coragem e dos medos das mulheres, do Dia Internacional da Mulher e do livro “Mulheres Inspiradoras”.
“Precisamos construir uma sociedade em que gente não tenha de conviver com os pedaços da escravidão, do colonialismo, ou com os pedaços da ditadura na nossa contemporaneidade. É fundamental a gente lembrar que se a educação não resolve tudo, sem ela, contudo, nós não resolvemos nada”, afirmou.
capa_capinhaMulheres Inspiradoras – Antes da realização do debate houve o lançamento do livro. Houve um momento de autógrafos com as organizadoras da obra, as professoras da rede pública de ensino, Gina Viera e Vitória Pires, e com estudantes que tiveram suas crônicas publicadas.
Trata-se de uma coletânea de biografias femininas, com relatos da trajetória de dez grandes mulheres que escreveram seus nomes nas histórias do Brasil e do mundo. Há também a biografia de quatro mulheres do Distrito Federal e outras tantas de mulheres inspiradoras da vida de alguns(as) dos(as) professores(as) que atuam em uma escola de ensino fundamental da Ceilândia.
A professora Gina Vieira falou sobre a execução do Projeto Mulheres Inspiradoras, que deu origem ao livro, numa escola pública da Ceilândia e como ele mudou a visão de mães e avós dos(as) estudantes que participaram do projeto. Ela informou que o projeto Mulheres Inspiradoras recebeu vários prêmios nacionais e internacional.
mesa5Mesa e discursos – Na mesa de abertura, Eliceuda França, coordenadora da Secretaria de Assuntos e Políticas para Mulheres, e Rosilene Corrêa, diretora do Sinpro-DF e representante da CNTE e da CUT-Brasília, discursaram sobre o problema da violência em todos os espaços públicos e privados, incluindo aí os espaços de poder, da escola e das redes sociais, bem como sobre a importância da escola na construção de uma sociedade mais igualitária e justa.
A segunda mesa, intitulada “Enfrentamento da violência contra as mulheres nas redes sociais”, foi coordenada pelas diretoras de Mulheres do Sinpro-DF, Vilmara Carmo e Neliane Cunha. Participaram dela a advogada e ativista feminista, Kamilla Tharrany e a professora Gina Vieira. Após o debate, houve um coquetel e uma atividade cultural com o grupo musical Duetto Cerimoniais.
mesa3A questão de gênero e o protagonismo do Sinpro-DF –  Eliceuda ressaltou o papel de destaque do Sinpro-DF que sempre teve como centro de sua atuação, dentre outros assuntos, a questão de gênero. Ela lembrou que o movimento docente do Distrito Federal e o sindicato estão na vanguarda das políticas em favor da mulher e que o Sinpro-DF foi a primeira entidade sindical da capital a instituir a Secretaria de Mulher como política permanente.
Ela disse que no Dia Internacional da Mulher é preciso reafirmar a luta contra a violência contra meninas e mulheres e empoderá-las para que elas tenham a coragem de denunciar toda forma de violência que sofrem ou que presenciam. A coordenadora da Secretaria de Mulheres do Sinpro-DF lembrou ainda que em 2016 a Lei Maria da Penha completa 10 anos e, a Lei do Feminicídio, um ano, e que as educadoras da rede pública de ensino do DF devem tê-las como instrumento pedagógico-educacional importante na luta contra todo tipo de violência.
Rosilene, por sua vez, chamou atenção para a mercantilização do 8 de março e o esvaziamento do real sentido do Dia Internacional da Mulher. Segundo ela, o dia tem sido desvirtuado do seu caráter reflexivo sobre a situação da mulher no mundo do trabalho e nas relações sociais para dar lugar, cada vez mais, à celebração da feminilidade, uma estratégia de empresários e comerciantes para enfraquecer o conteúdo político da data e, ao mesmo tempo, para reforçar concepções capitalistas de exploração e exclusão social, como, por exemplo, o incentivo ao consumismo de produtos, como rosas, doces, chocolates e outros objetos destinados ao público feminino.
mais2Março Feminista – Wilma dos Reis, representante da Marcha Mundial de Mulheres, destacou o sucesso do Março Feminista, uma atividade política em defesa da mulher realizada na tarde do dia 8 de março na Rodoviária do Plano Piloto. O Março Feminista foi uma ação conjunta de mais de 30 organizações e coletivos do Distrito Federal que lutam pela igualdade de gênero e racial, contra o patriarcado e o capitalismo e em defesa de outro mundo possível para todas e todos.
mais4Homenagem póstuma – No fim do evento, houve uma homenagem à diretora de Aposentados, Isabel Portuguez, que faleceu em dezembro de 2015. Isabel militou no Sinpro-DF desde o início do sindicato, no fim da década de 1970, porém, sua presença tornou-se constante e imprescindível no movimento docente desde 1992.
A filha de Isabel, Samantha Portuguez, recebeu das mãos da nova coordenadora da Secretaria para Assunto de Aposentados, Sílvia Canabrava, um buquê de rosas lilases e agradeceu a homenagem em nome da família, que também estava presente.
Durante os cinco minutos em que foi exibida uma apresentação de Power Point com imagens de Isabel em vários momentos da luta do movimento docente e da história do Sinpro-DF, as mais de 200 pessoas que estavam no Auditório Paulo Freire a aplaudiram de pé.
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Fotos: ECOM