Servidores mantêm resistência contra a reforma administrativa
Professores(as), orientadores(as) educacionais da rede pública de ensino do DF e demais servidores(as) públicos das três esferas mantêm as mobilizações contra a reforma administrativa. A proposta é, na verdade, a demolição dos serviços públicos. Nessa semana, além das ações permanentes no aeroporto de Brasília e em frente ao Anexo II da Câmara dos Deputados, foi promovido ato no auditório Nereu Ramos da Casa legislativa.
No ato, realizado nessa quarta-feira (1º/10), foi reforçado que a atual proposta de reforma administrativa é um “desmonte do serviço público” e um “ataque à democracia”, beneficiando interesses empresariais. A atividade foi de iniciativa da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Serviços Públicos e das deputadas federais Ana Pimentel (PT) e Luciene Cavalcante (PSOL).
No evento, a deputada Luciene Cavalcante, denunciou que, mesmo sendo membro do grupo de trabalho (GT) que discute a reforma administrativa, não teve acesso ao texto produzido pelo GT, que constrói uma Proposta de Emenda Constitucional à reforma. Segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), o material não foi oficialmente publicado, mas circula internamente com a apresentação de mudanças estruturais.
A crítica à opacidade da discussão foi reforçada pela deputada Ana Pimentel. “É fundamental conhecermos o projeto que será debatido. A única reforma aceitável é aquela que amplie os direitos dos servidores e o acesso da população às políticas públicas, não essa que atende apenas a interesses de empresários”, afirmou.
Mobilização Permanente
Todas as terças-feiras, às 7h, manifestantes se concentram no saguão de desembarque do Aeroporto Internacional de Brasília para recepcionar parlamentares que chegam à capital, com panfletagem e alertas sobre os riscos da reforma administrativa para a sociedade.
Às quartas-feiras, a mobilização ocorre em frente ao Anexo II da Câmara dos Deputados, a partir das 9h, com o objetivo de dialogar diretamente com os deputados e pressionar pela derrubada da reforma administrativa. Para o Sinpro e as organizações sindicais que representam os servidores e os serviços públicos, a proposta de reforma prejudicará não apenas os servidores, mas toda a população que depende dos serviços públicos essenciais.
Marcha Nacional
No dia 29 de outubro, a categoria do magistério público do DF ampliará a Marcha Nacional do Serviço Público contra a Reforma Administrativa. O ato, organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), será realizado em Brasília, com concentração às 9h, na Praça do Museu da Nacional.
“Não vamos nos calar. A economia não se fortalece com o desmonte do Estado, mas com investimento público e valorização de quem trabalha. O que está sendo proposto com a reforma administrativa é a transferência dos recursos do serviço público para o mercado financeiro, entregando nosso patrimônio e nosso futuro para a iniciativa privada. Nossa luta é em defesa do Estado, da democracia e de um serviço público de qualidade para todos e todas”, defende a diretora do Sinpro Márcia Gilda.