Secretário de SP exclui educação de ser papel do Estado e é criticado

Em matéria da Folha de S. Paulo de hoje, José Renato Nalini, secretário de educação de São Paulo, afirmou que o Estado atue apenas em situações “elementares e básicas”, sem mencionar o atendimento à educação.
De acordo com ele, “tudo o mais deveria ser providenciado pelos particulares”. Este é mais exemplo da política neoliberal instituída pelo PSDB nos estados em que governa. O secretário reflete a política de Geraldo Alckmin, que é a mesma de Beto Richa (PSDB), que sufoca os(as) professores(as) no Paraná e de Marconi Perillo, que está privatizando a educação em Goiás.
Está na Constituição, a educação é papel do Estado. Terceirizar o ensino é encerrar concursos, causar demissões e precarizar o ensino.
Abaixo, uma matéria semelhante a respeito do Uol:
“O secretário estadual da Educação, José Renato Nalini, publicou artigo no portal institucional da pasta, em que defende que o Estado deve permitir o “desenvolvimento pleno da iniciativa privada” e só responder por “missões elementares e básicas”, como Segurança e Justiça. O artigo, intitulado “A sociedade órfã”, causou polêmica nas redes sociais.
“Muito ajuda o Estado que não atrapalha. Que permite o desenvolvimento pleno da iniciativa privada. Apenas controlando excessos, garantindo igualdade de oportunidades e só respondendo por missões elementares e básicas. Segurança e Justiça, como emblemáticas. Tudo o mais deveria ser providenciado pelos particulares”, diz Nalini no artigo.
Em entrevista, o secretário disse não entender a polêmica em torno do artigo. “Li e reli e não acho que tenha nada a se estranhar. Só pode ser má-fé ou ignorância, não há como fugir desse dilema”, disse.
Nalini afirmou ter mencionado apenas Segurança e Justiça por entender que sua promoção deve ser exclusivamente uma atribuição do Estado. “Citei as duas como emblemáticas porque são as duas nas quais o Estado não pode se ausentar. Porque nelas a família não pode ajudar, não pode fazer justiça com as mãos. Já educação é obrigação de todos.”
O secretário disse que com o artigo queria chamar a atenção para as responsabilidades da família. “A maioria do processo de educação fica a cargo do Estado. A família negligenciou o currículo culto, aquilo que as mães deveriam ensinar para as crianças.”
Para especialistas em ensino, o texto preocupa. “O Estado brasileiro tem a função de universalizar os direitos”, disse Daniel Cara, coordenador da campanha nacional pelo direito à educação.”