Salários atrasados em Educação e Saúde somam R$ 700 milhões, diz DF

O secretário de Administração, Wilmar Lacerda, afirmou que o governo do Distrito Federal vai depositar R$ 700 milhões nesta segunda-feira (8) para pagar os servidores da Educação e da Saúde. Os salários deveriam ter caído na conta dos profissionais na quinta (4) e na sexta (5) da semana passada, respectivamente.
Segundo o gestor, o problema ocorre porque o Executivo enfrenta problemas na receita. Além disso, as operações para transferência dos recursos federais só teriam sido finalizadas no início da noite de sexta. O valor, segundo ele, corresponde à folha líquida das duas pastas.
“O DF, como todos os estados brasileiros, em função do baixo crescimento da economia, teve um problema de receita, de arrecadação e frustração da arrecadação. Nós estamos vivendo o que 15 estados brasileiros estão vivendo, dificuldade de pagamento”, afirmou Lacerda. “Isso é normal no final do ano, mas nós vamos acertar todas essas contas.”
A Secretaria de Educação tem aproximadamente 50 mil servidores. De acordo com o Sindicato dos Professores, atrasos no pagamento não ocorriam há pelo menos dez anos.

O DF, como todos os estados brasileiros, em função do baixo crescimento da economia, teve um problema de receita, de arrecadação e frustração da arrecadação. Nós estamos vivendo o que 15 estados brasileiros estão vivendo, dificuldade de pagamento”
Wilmar Lacerda,
secretário de Administração

“Salário é coisa sagrada, é serviço prestado, nós não recebemos antecipado, já trabalhamos. Portanto, deve-se honrar isso, respeitar o direito do trabalhador”, disse a diretora da entidade Rosilene Correia.
A professora Maria Miranda também reclamou. “Todo mundo está com as contas atrasadas, está com pagamento de comida, de água, de escola, de filho.”
Já a Secretaria de Saúde tem 35 mil servidores, que enfrentam também outras dificuldades. Eles continuam com a alimentação suspensa desde que a Sanoli, que oferece refeição para os 16 hospitais públicos e as cinco UPAs, voltou a paralisar o serviço alegando que o governo lhe deve R$ 23 milhões.
Lacerda afirmou que o pagamento está “garantido”. “O depósito é feito à noite, no banco, e amanhã estarão disponíveis os salários dos servidores.”
Creches
Creches que recebem verba do governo para funcionar por meio de um convênio completaram uma semana de greve nesta segunda (8). De acordo com o conselho que as representa, 22 unidades estão de portas fechadas por falta de dinheiro.
O governo diz que o atraso ocorreu por motivos pontuais e que está adequando o fluxo de caixa para pagar as dívidas. A previsão era de que isso foi feito até sexta.
Mãe de David, a autônoma Fátima Soares conta que não sabe o que vai fazer. Ele estudava em um estabelecimento da Asa Norte, que alega que o repasse não acontece desde setembro. A direção fez empréstimos para manter o caixa, mas afirma que o dinheiro acabou. “Muitas mães estão nessa situação, não têm onde deixar o filho,” diz a mulher.
O secretário afirma que o problema será corrigido nesta semana. “A Secretaria de Educação, que é quem faz os contratos com as creches, deve normalizar o pagamento neste mês, […] nesta semana.”
(Do G1)