Rosilene Corrêa participa de debate em homenagem ao Paulo Freire

Nessa quarta-feira (18), a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, em parceria com a Frente Parlamentar em Defesa da Escola Pública e em Respeito ao Profissional da Educação, promoveu o debate: “Paulo Freire: contribuição social, política e pedagógica”. A palestra teve o objetivo de homenagear o Patrono da Educação Nacional, educador e filósofo pernambucano Paulo Freire, oportunidade em que os participantes enalteceram seu pensamento e suas contribuições à educação e à sociedade, levando em consideração a data de seu aniversário (dia 19 de setembro).

A secretária de finanças da CNTE e diretora do Sinpro-DF, Rosilene Corrêa, participou do debate, que contou com a presença de Dimas Brasileiro Veras, doutor pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Erasto Fortes, doutor em Educação pela Unicamp e das deputadas Luiza Erundina (PSOL-SP) e da Professora Rosa Neide (PT/MT).

“Nesse momento em que vivemos no Brasil, especialmente em educação, falar de Paulo Freire nos revigora. É a prova de que o brasileiro e a brasileira têm a obrigação da resistência, em fazer valer o que nós aprendemos com Paulo Freire que está tão vivo entre nós”, destacou Rosilene Corrêa. Em sua saudação de abertura, Rosilene também mencionou a política do Ministério da Educação (MEC) que quer impor a militarização das escolas em todo país: “A resistência passa pelo combate a essa tentativa do MEC de colocar polícia dentro da escola. Como se bandidos estivessem dentro das escolas e na verdade nós, alunos e alunas, somos vítimas dessa violência e do descaso do Estado brasileiro”, ressaltou.

Paulo Freire foi secretário da educação do município de São Paulo, no fim da década de 1980, período em que a deputada Luiza Erundina foi prefeita dessa cidade. Ela fez um breve relato de como conheceu o patrono da educação brasileira: “Só conheci Paulo Freire pessoalmente depois que ele voltou do exílio”. Ela conta que já conhecia seu método de alfabetizção dialógico, seu trabalho de emancipação dos trabalhadores do campo de Pernambuco e diz que se surpreendeu com o discurso dele para os alunos que se formavam em Serviço Social: “A gente esperava um discurso ressentido, afinal 16 anos de exílio não é pouca coisa, a gente esperava um discurso inflamado e revoltado… Mas ele fez um discurso amoroso. Ele não falou do sofrimento, falou da alegria de estar voltando pra sua terra, pra Pernambuco, foi uma manifestação de afeto, de alegria, de quanto ele estava feliz com a oportunidade de trabalhar de novo com seu povo. Aquilo já me emocionou profundamente. Foi um encontro definitivo”, registrou a deputada.

Durante o debate, Erasto Fortes apresentou o livro “Direitos humanos e educação libertadora – gestão democrática da educação pública na cidade de São Paulo”, que organizou com a Ana Maria Araújo Freire (Editora Paz e terra). A coletânea reúne escritos e falas de Paulo Freire no período à frente da Secretaria de Educação da cidade de São Paulo na gestão de Luiza Erundina e traz um encarte com imagens marcantes, reprodução de documentos e a transcrição de conferências. Alguns exemplares foram sorteados entre os participantes do evento.

Patrono da Educação Brasileira
A LEI Nº 12.612, DE 13 DE ABRIL DE 2012, declarou o educador Paulo Freire Patrono da Educação Brasileira. A iniciativa do Projeto de Lei nº 5418/2005, que originou a lei, foi da Deputada Luiza Erundina, relatada na Comissão de Educação pelo Deputado Carlos Abicalil. Paulo Freire é um dos brasileiros mais célebres e um dos filósofos do século XX mais lidos do mundo, segundo levantamento do Massachusetts Institute of Technology. Escreveu dezenas de livros, entre eles, Pedagogia do oprimido, a terceira obra de ciências sociais e humanas mais citada no mundo, de acordo com a London School of Economics.

Freire dedicou sua vida à educação dos excluídos, uma educação eminentemente libertadora que busca a transformação da sociedade. O Sistema Paulo Freire, a crítica a uma educação bancária, a defesa de uma educação libertadora, a educação popular e a ação docente como prática de liberdade são legados fundamentais que o povo brasileiro precisa conhecer e reconhecer.

2019 09 18 rosilene paulo freire

Fonte: CNTE