Redução das desigualdades sociais passa pela reforma tributária
A redução das desigualdades sociais existentes hoje no Brasil passam necessariamente pela reforma tributária. A avaliação foi central no debate sobre as pautas do Plebiscito Popular 2025 e o impacto na vida da categoria do magistério público do Distrito Federal. A atividade foi realizada pelo Sinpro, nessa segunda-feira (1º/9).
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Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o Brasil se coloca entre as dez maiores economias do mundo ao mesmo tempo em que está entre os dez países com as maiores desigualdades sociais.
De acordo com o economista do Dieese Max Leno, convidado para o debate dessa segunda, “isso também é fruto da tributação desigual, onde os ricos pagam proporcionalmente menos impostos que a parcela da população pobre”. “Para se ter uma ideia, os ricos pagam menos tributos por intermédio da isenção dos dividendos (distribuição de parte dos lucros de uma empresa para os acionistas); a tributação sobre o consumo é menor, o que acaba tendo um peso maior para o bolso dos mais pobres; sem falar das deduções que os ricos têm sobre o pagamento de impostos. Isso é totalmente injusto, e o plebiscito popular debate esta mudança necessária”, enfatiza.
A coordenadora da Secretaria de Política Educacional do Sinpro, Ana Bonina, diz que “o que acontece no Brasil deve ser motivo de indignação”. “O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo e o Plebiscito Popular é a oportunidade da população pressionar para que os direitos da classe trabalhadora sejam ampliados. A isenção parcial para quem ganha entre R$ 5 e R$ 7 mil vai atingir os professores e orientadores educacionais, e isso significa mais renda para os trabalhadores”, explica a diretora ao se referir à pergunta do Plebiscito Popular: “Você é a favor de que quem ganhe mais de 50 mil por mês pague mais imposto de renda para que quem recebe até 5 mil por mês não pague?”. A mudança da tabela do imposto de renda é parte da reforma tributária.
Ainda segundo o Dieese, a menor parte dos impostos está na taxação das grandes fortunas, da herança, de lucros e dividendos, que não são tributados ou têm uma tributação pequena.
“A movimentação por trás do plebiscito é justamente para garantir justiça tributária, que é uma pauta do movimento dos trabalhadores no mundo todo, mas que para o Brasil tem uma importância muito grande, tendo em vista a desigualdade social que existe no nosso país. Pelo menos 10 milhões de pessoas serão impactadas diretamente com a isenção da carga tributária para quem ganha até R$ 5 mil”, analisa o diretor do Sinpro Herbert Anjos.
Ação da Rodoviária
No período da tarde, diretores(as) do Sinpro, professores(as), orientadores(as) educacionais e populares promoveram uma ação da Rodoviária do Plano Piloto. Durante a atividade o grupo dialogou com a sociedade sobre a importância do Plebiscito Popular, além de intensificar o recolhimento de votos.
No bolso
O sistema atual sistema traz impostos embutidos no preço do arroz, do feijão, do sabão em pó, do ônibus, da energia elétrica. Como o pobre gasta quase todo o seu salário para sobreviver, ele paga imposto sobre quase tudo que ganha. O rico, que gasta apenas uma parte da renda no consumo, paga proporcionalmente menos impostos.
Com a reforma tributária, a ideia é simplificar e, principalmente, tirar o imposto dos itens básicos para a sobrevivência. Se itens da cesta básica, remédios e transporte público ficarem livres de impostos ou com impostos reduzidos, o preço deles cai. Consequentemente, o salário do trabalhador rende muito mais, sobra mais dinheiro no final do mês e a sua qualidade de vida melhora.
Quem paga a conta
A taxação sobre a renda (o que você ganha) e sobre o lucro e dividendos (o que os muito ricos recebem) é desbalanceada. Existem brechas para que grandes fortunas paguem menos imposto proporcionalmente do que um assalariado. A proposta da reforma tributária é tornar o sistema mais progressivo. Ou seja: quem ganha pouco, paga menos imposto (ou quase nada). Quem ganha muito, paga mais imposto.
Isso significa que a renda do trabalhador é menos taxada, enquanto a grande riqueza (heranças, lucros excessivos, dividendos) passa a contribuir de forma mais justa para financiar os serviços públicos que todos usam.
Plebiscito Popular
Até 30 de setembro, os(as) brasileiros(as) terão a chance de influenciarem nas regras do jogo da tributação federal. O Plebiscito Popular 2025 coloca em pauta questões fundamentais que podem alterar substancialmente a realidade da classe trabalhadora quanto à carga tributária e à jornada de trabalho.
De iniciativa de movimentos sociais, centrais sindicais, juventudes, artistas, entidades de fé e partidos progressistas, o Plebiscito Popular 2025 traz duas perguntas:
1 – “Você é a favor da redução da jornada de trabalho sem redução salarial e do fim da escala 6×1?”.
2 – “Você é a favor de que quem ganhe mais de 50 mil por mês pague mais imposto de renda para que quem recebe até 5 mil por mês não pague?”.
Caso você concorde, vote “sim” e clique em “enviar”.
Para fortalecer a luta por justiça tributária, o Sinpro disponibiliza urna de votação virtual e fixa para que a categoria do magistério e toda a população do DF possa participar do Plebiscito Popular 2025. Para votar, basta informar nome completo, telefone pessoal e e-mail.
Para votar virtualmente, CLIQUE AQUI ou acesse o QR Code.
Para votar presencialmente, compareça à sede ou qualquer subsede do Sinpro. Veja abaixo os endereços:
SIG
SIG Quadra 6 Lote 2260 – Setor Gráfico
Taguatinga
CNB 04 Lote 03 Loja 01
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Área Especial 20/21 Salas 43 e 45. Ed. Alternativo Center – Setor Central
Planaltina
Av. Independência Quadra 05 Lote 18 – Vila Vicentina
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Edição: Vanessa Galassi