Quase 20 horas após Lula vencer a eleição, Bolsonaro ainda não reconheceu a derrota

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Portal CUT – Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

 

O presidente Jair Bolsonaro (PL), o primeiro presidente após a redemocratização do Brasil a perder uma reeleição no exercício do mandado, deixou o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, sem falar com a imprensa às 9h30 desta segunda-feira (31).

Dede as 19h57 de ontem, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proclamou a vitória de Lula (PT), que teve 60.345.999 (50,90%) dos votos válidos, mais de dois milhões de vantagem acima do presidente, Bolsonaro não fala com ninguém nem reconhece a derrota.

O silêncio em reconhecer o resultado nas eleições torna Bolsonaro o candidato derrotado que mais demorou para falar depois de uma derrota.

Ministros da chamada ala política do governo federal iniciaram na manhã desta segunda-feira uma operação para tentar convencer Bolsonaro a reconhecer a vitória de Lula, segundo Caio Junqueira, da CNN Brasil.

“A aposta é de que ele deverá reconhecer a derrota ainda nesta segunda-feira. O movimento deverá vir acompanhado por uma defesa de seu legado”, diz a reportagem.

Um ministro próximo de Bolsonaro afirma que há preocupação com possíveis implicações judiciais contra o clã: “Bolsonaro precisa agir em duas frentes. Cuidar pessoalmente dele e de seus filhos, que são alvos de investigações. E do seu grupo político, que, mesmo derrotado, saiu com força das eleições deste ano, conquistando o principal Estado do país, São Paulo”.

“Partir para o confronto vai aguçar um sentimento de revanchismo por parte de quem vai assumir o governo. E, a partir do ano que vem, Bolsonaro não terá mais a proteção de Augusto Aras, ele perde o foro privilegiado”, alerta um aliado.

Segundo Valdo Cruz, do G1, “ministros e líderes do Centrão aconselham Jair Bolsonaro a evitar confrontos com o presidente eleito e concentrar suas energias em cuidar do seu capital político para as eleições municipais. Segundo eles, Bolsonaro tem mais a perder do que a ganhar, porque é alvo de várias investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), e seus filhos também enfrentam inquéritos no Ministério Público”.

Às 11h, o presidente estava no Palácio do Planalto, onde chegou por volta das 9h45. Até agora, não há previsão de um pronunciamento. A situação vai na contramão da informação inicial da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), feita logo depois do fechamento das urnas, de que o presidente falaria.

Fonte: CUT