Qualificação dos professores do DF está acima da média nacional

Os professores do Distrito Federal recebem um dos maiores salários do Brasil e a qualificação profissional da categoria está acima da média nacional, segundo o Ministério da Educação, que deu crédito aos educadores pelo bom rendimento dos alunos na Provinha Brasil, ferramenta que verifica as habilidades e deficiências dos estudantes do ensino fundamental.

Vânia de Fátima Meira se dedica ao ensino há 25 anos. Com tanto tempo de sala de aula, ela nunca parou de se aprimorar. “Foi necessária bastante reciclagem em busca de conhecimento, não parar de ler, não parar de se informar e sempre procurar cursos de qualificação”, conta a professora.

Qualificação também é uma busca constante de Roseli de Melo. Ela fez especialização e está terminando o mestrado. “A partir do momento em que eu me qualifiquei, fiz alguns cursos e agora estou terminando mestrado, acredito que passei a ter mais habilidade para trabalhar as questões da educação”, afirma a professora.

A busca pelo conhecimento de Vânia e Roseli acabou refletindo no desempenho da escola onde as duas dão aula. O Centro Educacional 3 do Guará, cidade satélite próxima a Brasília, está entre as 33 do país com melhores notas na Provinha Brasil, onde o professor foi apontado pelo Ministério da Educação como responsável pelo bom rendimento dos alunos.

A Secretaria de Educação do Distrito Federal tem 30 mil professores e 22 mil trabalham em sala de aula. No ano passado, a secretaria ofereceu especialização para 2, 4 mil professores. Este ano, são 120 bolsas de estudo para mestrado e doutorado.

“Em termos de qualificação nós temos um quadro muito bom, só que isso não basta. Esse profissional precisa encontrar uma escola onde ele possa aplicar tudo isso, onde ele possa desenvolver um trabalho que todos nós buscamos: a educação de qualidade”, destaca a diretora do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), Rosilene Correa.

Em uma escola em Samambaia, cidade satélite do Distrito Federal, por exemplo, existe estrutura. Mesmo assim, não funciona. Os alunos do período noturno não podem usar a biblioteca. “Fica muito difícil, porque a gente tem muito trabalho pra fazer e sem biblioteca não dá. Com a biblioteca melhoraria muito pra gente”, diz a estudante Maria de Fátima Freitas.

No Centro de Ensino Fundamental Vale do Amanhecer, que fica em Planaltina, outra cidade satélite, o problema é diferente: tem estrutura, mas a rotatividade dos professores é grande. A escola ficou em último lugar na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Para a diretora, a falta de vínculo com os alunos e com a comunidade prejudica o aprendizado.

“Fica em defasagem. Claro que a gente tenta fazer o máximo, tenta manter os alunos na escola, nas atividades. Mas nem sempre a gente consegue suprir diretamente com o conteúdo”, admite Ana Paula, diretora da escola.

Do G1, com informações do Bom Dia DF