Propaganda de Beto Richa muda postura da Globo com os professores do Paraná
Na sessão da Assembleia Legislativa do Paraná, desta terça-feira 12, vieram à tona os primeiros números de gastos do governo Beto Richa (PSDB) com a propaganda sobre o confisco da poupança previdenciária.
De acordo com números revelados pelo líder do governo, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), o Palácio Iguaçu gastou nesses últimos dias, pós-agressão dos professores, a quantia de R$ 2,7 milhões. A maior parte deste dinheiro – R$ 1,2 milhão – foi para a RPC TV/Gazeta do Povo.
Após a entrada do dinheiro público, a RPC/Gazeta do Povo mudou sua postura, e perdeu sua “boa vontade” com os professores estaduais em greve. Em editorial no último domingo 10, o jornal defendeu o governo do tucano: “Os professores cruzaram os braços sem ter uma pauta real”.
O jornal, contudo, não informou que o governo Beto Richa não apresentou até agora nenhuma proposta concreta para pôr fim à greve de 16 dias. A categoria espera uma definição da data-base com a reposição da inflação do ano, além do reajuste do piso para equiparação com o que determina a lei federal.
Na TV afiliada à Globo, o governo do estado veicula comercial defendendo o confisco da poupança previdenciária que pertence aos servidores públicos. Na Gazeta, a APP-Sindicato é acusada de má-fé e oportunismo pelo fato de defender seus associados.
Paralelamente, a oposição se esforça para levantar os valores da ‘operação de guerra’ no último dia 29 de abril. Parlamentares não alinhados ao Palácio Iguaçu estimam que o custo das bombas, diárias para policiais, ração para os cães pitbulls, balas de borracha, helicópteros, viaturas, sessões em regimes de urgência ultrapassa os R$ 30 milhões.
Esse dinheiro daria para bancar parte do reajuste do piso aos professores e pagamento da data-base ao funcionalismo público.
Na Assembleia, o deputado Chico Brasileiro, líder do PSD, acusou o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo, de intransigência com o objetivo de prolongar a paralisação na educação para fazer caixa. Além disso, completou deputado Professor Lemos (PT), o governo pretende culpar os professores pela greve.
O tucano já deu um passo nessa direção ao afirmar que “não tem ninguém mais ferido que eu” ao referir-se a agressão aos educadores.
(Da Carta Capital)