Projeto apresentado pela SE-DF exclui estudantes das Escolas Parque

Uma audiência pública realizada na manhã desta sexta-feira (16), no auditório da Escola Parque 313/314 Sul, debateu a Escola Parque para todos(as). O encontro, promovido pela Associação dos Arte-educadores do Distrito Federal, foi uma resposta à proposta apresentada pela Secretaria de Educação do DF em promover uma educação em tempo integral com um número mínimo de estudantes. O projeto excluiria grande parte dos alunos das Escolas Parque. O encontro contou com a presença da deputada federal Érika Kokay (PT), de diretores do Sinpro, de representantes do Conselho Distrital dos Direitos Humanos, da Associação de Arte-educadores, dos professores das Escolas Parque e dos pais, além de uma professora representando a coordenação da Regional de Ensino do Plano Piloto.
Para o diretor do Sinpro Polyelton de Oliveira, caso o projeto da SEE seja concretizado, os 70% dos estudantes das escolas públicas do DF que hoje tem acesso a uma Escola Parque deixarão de ser contemplados. Hoje, 43 escolas são atendidas nas 5 Escolas Parque e a meta da secretaria, respeitando o novo modelo, é de apenas 17 escolas atendidas a partir de 2017. Além de promover um processo de exclusão dos estudantes, o projeto excluiria também uma comunidade escolar inteira, exemplo do Varjão. No novo modelo, a região administrativa não seria atendida, já que a Escola Classe do Varjão, que tem uma situação de vulnerabilidade, não teria acesso a uma Escola Parque.
“Durante a audiência tivemos relatos de professores, pais e estudantes que estudaram em uma Escola Parque e hoje são artistas ou músicos. Eles mostraram o quanto esta experiência foi válida e rica. Neste sentido, a audiência foi muito boa, porque tanto pais quanto os professores conseguiram mostrar, com exemplos, que a Escola Parque funcionando em sua integralidade dá certo”, ressalta o diretor Polyelton, complementando que a grande ausência da audiência pública foi a Secretaria de Educação, que teve apenas uma assessora ao invés de ter o secretário ou adjunto da pasta. “Isto mostra que a SEE não está nem um pouco interessada no assunto”.
A Diretoria Colegiada do Sinpro é contra todo e qualquer projeto que seja implantado de forma impositiva, totalitária e sem o devido debate com os maiores interessados, que são os estudantes, pais e a comunidade escolar. O projeto Educação em Tempo Integral, proposto pela SEE, vai totalmente contra o projeto original de Escola Parque proposto pelo educador Anísio Teixeira. No modelo original, cada região administrativa teria uma Escola Parque, oferecendo o benefício para todos os estudantes. “Vamos exigir a anulação da portaria e que o modelo de Escola Parque fique como está. É preciso respeito e que qualquer mudança seja discutida e elaborada junto com a comunidade escolar”, finaliza a diretora do Sinpro Gilza Lúcia.