Professora pede ajuda para reaver filhas sequestradas pelo ex-marido

A exemplo de outras mulheres espalhadas pelos quatro cantos do Brasil, uma professora da rede privada do Distrito Federal tem sido vítima de uma das maiores violências contra a mulher: a perda de um filho por meio criminoso. No dia 16 de abril de 2022, Bianca Moreira Carneiro (@maternidade_roubada) entregou as duas crianças, na época com 4 anos de idade, para passarem a Páscoa com o pai. No dia seguinte o homem ligou do Líbano dizendo que as duas estavam com ele e que ela só voltaria a vê-las se desistisse do divórcio.

Desde o sequestro a professora entrou com uma ação na Justiça e fez contato com a Embaixada do Brasil no Líbano, mas não conseguiu avanços na retomada das filhas. As sentenças foram favoráveis, mas pelo fato de o Líbano não ser signatário de Haia, a execução foi inviabilizada.

Bianca lembra que a saída do ex-marido do Brasil não foi ilegal, já que em 2021 o então casal fez procuração em cartório autorizando a emissão dos passaportes por um dos pais, nos quais constaria a observação de que as filhas poderiam viajar desacompanhadas de um dos pais. “Fizemos isto porque o pai dele estava doente e pretendíamos viajar para o Líbano, para visitá-lo”. Aproveitando desta situação, em 2022 o homem emitiu os passaportes sem o conhecimento dela.

Bianca Moreira revela que tem contato com as filhas raramente. “Em 2023 eu falei com elas em maio, setembro e dezembro, mas elas não falam mais português, então a comunicação ficou ainda mais difícil”, explica. “Depois que ele foi para o Líbano, muitas vezes insistiu para que eu desistisse do divórcio e ele voltaria. É uma das mais covardes e cruéis formas de violência contra a mulher”, lamenta a educadora. “Fiz tudo que podia e espero que alguém possa me ajudar a ter minhas filhas novamente”.