Pré-Cop 30 Sindical demarca a importância do protagonismo da classe trabalhadora na transição energética
A transição energética só será justa se a classe trabalhadora e os povos originários e comunidades locais tiverem protagonismo na disputa de seus rumos. Representando anseios gerais do movimento sindical internacional, esse foi um aspecto central da fala do professor Antônio Lisboa, secretário nacional de Relações Internacionais da CUT e presidente adjunto da Central Sindical Internacional (CSI), na sessão inaugural da Pré-Cop30 Sindical.
O encontro, que reúne representantes de 22 países, começou nesta quinta-feira (09/10) em Brasília. Entre outras temáticas, a Pré-COP30 Sindical pautou o tema da transição justa e o papel dos sindicatos no contexto político atual. Além de Antônio Lisboa, compuseram a mesa da sessão inaugural a dirigente da CSI Giulia Lagná e a dirigente da CSA – Confederação Sindical das Américas – Kaira Reece.

Para Lisboa, a Pré-COP30 Sindical oferece um espaço fundamental de articulação para enfrentar a crise climática e o avanço extrema direita, que segue propagando discursos negacionistas, fake news e desafiando as democracias mundo afora. “As tarefas fundamentais do movimento sindical são fortalecer a incidência do nosso discurso na COP e transformar o debate que acumulamos nesse espaço em ação prática da classe trabalhadora”, pontuou.
Antônio Lisboa também lembrou que foi a classe trabalhadora que levantou a necessidade de uma transição justa, mas, hoje, o conceito se encontra em disputa. “Não existe transição justa sem garantia e ampliação de direitos, sem trabalho decente, sem respeito a povos originários e aos setores mais vulneráveis da sociedade”, ele ressaltou. “A transição energética só será justa se o sul global tiver preservado seu direito ao desenvolvimento. Por isso, a defesa das soberanias é primordial”, completou.
A CUT realizou e participou de diversas atividades preparatórias à COP30. As principais bandeiras da central nesse debate são: trabalho decente, transição justa, participação sindical ativa, proteção social, liberdade sindical, políticas climáticas que priorizem a vida, os direitos humanos e a justiça social, e protagonismo de comunidades locais e povos indígenas, entre outras.
>>> Leia mais: Rumo a COP 30: CUT defenderá justiça climática com foco no trabalho decente
A COP 30 é a 30ª Conferência das Partes, ou Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, e se realizará entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025 em Belém (PA).
