Por uma Brasília melhor, a luta é de todos nós

Brasília completará este ano 50 anos de fundação. Sua população só começou a ter representação política em 1986, pois somente em 1985 uma Emenda Constitucional fixou a primeira representação para o Distrito Federal, estabelecendo em oito o número de vagas para a Câmara dos Deputados e em três para o Senado Federal. Transcorridos alguns anos, a população do Distrito Federal finalmente pôde eleger seu primeiro governador, nas eleições de 1990. Nossa história eleitoral é, portanto, bastante recente. Entretanto, não difere muito da história política do restante do país, aqui já tivemos de tudo: senadores renunciando ao mandato para não serem cassados, governadores populistas etc. Lamentavelmente, assim como na história do país, nossa experiência com governos democráticos limita-se a uma pequena parcela do tempo.
Atualmente, o DF é governado por José Roberto Arruda do DEM. Novamente recorramos à história: o DEM surge a partir do PFL que por sua vez se originou do PDS partido que dava sustentação ao regime militar de 1964 e que tinha como um de seus principais quadros o Maluf, aquele do rouba mas faz. Será que o que acontece hoje em Brasília é mera coincidência? Além do Maluf a história do DEM conta com outra figura emblemática o Antônio Carlos Magalhães- ACM, aquele da Bahia que foi governador nomeado duas vezes pelo regime militar, que participou juntamente com ARRUDA da fraude no painel do Senado Federal em 2001 (a fraude estava relacionada ao processo de cassação de Luiz Estevão). A história do Partido do Governador, sim partido do governador e do vice-governador tem suas raizes fincadas no atraso político: UDN, ARENA, PDS e PFL. Trata-se de uma trajetória de autoritarismo, golpismos e roubalheira, de privatização do público e desmandos de modo geral.
Voltemos a figura do governador Arruda. Quando da fraude do painel do Senado já estava sem partido, havia se elegido pelo PP, na mesma chapa de Roriz, rompe com este, filia-se ao PSDB (partido de FHC e que hoje compõe a base de Arruda na Câmara Legislativa). Em 2001, após pedido de expulsão formulado pela bancada do Partido na Câmara, Arruda pede seu desligamento e posteriormente renuncia ao mandado. Vai às ruas, chora, jura nunca mais cometer erros e se elege depudato em 2002 pelo PFL e, em 2006, Arruda se elege governador do Distrito Federal. A história se repete: autoritarismo, apadrinhamento político, loteamento de cargos públicos, muitas obras e muitos desvios de recursos públicos etc. Há um componente diferente, desta vez Arruda não renunciou ao mandato, monta estratégias junto à Câmara Legislativa para permanecer no cargo e, se possível, livrar Paulo Otávio, o que significaria a permanência do DEM na política local.
Não negamos a existência de inúmeras obras em Brasília, questionamos a prioridade de algumas delas bem como o custo da grande maioria destas obras. Sabemos que o superfaturamento delas tem servido para gerar a corrupção e os desmandos em nossa cidade transformando-se em sumidouro de recursos públicos (oriundos dos impostos que todos nós pagamos). Cabe aqui lembrar o Artigo 37 da Contituição Federal “A administração pública…obedecerá os príncípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade e eficiência”. Não se nota tais princípios sendo aplicados à administração do Distrito Federal. Ética e correção no trato da coisa pública são requisitos para a existência de um governo.
Depois deste breve histórico qual é a sua atitude cidadão(ã)?
Junte-se a nós nesse movimento contra a corrupção na política, veja o calendário de mobilizações, debata com seus vizinhos, no seu local de trabalho, participe!!
Somente com sua participação teremos uma cidade melhor.
Assina este documento: Núcleo do Gama do Movimento contra a Corrupção.