Por R$ 3 bi, 379 deputados aprovam texto-base da PEC 06-A e extinguem a Previdência Social pública

Diretores(as) do Sinpro-DF acompanham, de perto, a votação da reforma da Previdência

 

O texto-base da reforma da Previdência (PEC 06-A/2019) foi aprovado, em primeiro turno, no Plenário da Câmara dos Deputados, por 379 votos a 131. Será analisado em segundo turno, o que pode ocorrer ainda nesta semana. A previsão é a de que ocorra na sexta-feira (12).

Após isso, seguirá para o Senado, que irá analisá-lo a partir de agosto. A expectativa do governo Bolsonaro e dos deputados federais que tiveram as mãos molhadas com dinheiro público para votarem a favor da reforma é a de que até setembro a Previdência seja, definitivamente, aprovada pelo Congresso Nacional e entregue ao sistema financeiro.

A diretoria colegiada do Sinpro-DF convoca a categoria para continuar a luta contra esta reforma, enviando mensagens e pedindo aos seis dos oito parlamentares da bancada do Distrito Federal para votarem contra no segundo turno.

Confira, a seguir, os nomes e os contatos dos parlamentares do DF:
Bia Kicis (PSL) – +55 61 9970-0961

Celina Leão (PP) – +55 61 9822-4145

Flávia Arruda (PL) – +55 61 9983-2101

Luis Miranda (DEM) – +1 (407)800-7920

Júlio Cesar Ribeiro (PRB) – 3215-5471

Paula Belmonte (PPS) – +55 61 97130-0031

Destaques e emendas
Nesta noite ainda, os(as) parlamentares votarão os destaques apresentados à proposta. Os destaques podem ser de emenda ou de texto. Para aprovar uma emenda, seus apoiadores precisam de 308 votos favoráveis. No caso do texto separado para votação à parte, aqueles que pretendem incluí-lo novamente na redação final da PEC é que precisam garantir esse quórum favorável ao trecho destacado.

O primeiro destaque pede a aprovação de emenda do deputado Wellington Roberto (PL-PB) que exclui os professores das mudanças da reforma, mantendo as regras atuais para os(as) profissionais de educação infantil e ensino médio, no setor público ou privado.

Na votação desta quarta, o presidente da Casa Legislativa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), elogiou o “protagonismo” dos deputados federais e classificou a votação como histórica. “O protagonismo dos 379 deputados custou mais de R$ 3 bilhões. Jair Bolsonaro liberou, generosamente, aos deputados federais, R$ 3 bilhões e, ainda, mais R$ 40 milhões em emendas para cada deputado que votasse a favor da proposta do Chicago Boy Paulo Guedes”, lembrou Cláudio Antunes, diretor do Sinpro-DF.

Ele disse ainda que, “o lado ‘histórico’ é que foi a primeira vez, depois da democratização do país, que a Câmara dos Deputados desmonta o superavitário e instrumento de distribuição de renda do Brasil: a Seguridade Social pública. Tudo isso para entregar o setor ao sistema financeiro.

 

_Confira no quadro como foi e quem votou contra a classe trabalhadora:_

 

 

Perversidade
Um dos projetos mais perversos do governo Bolsonaro para o povo brasileiro, a discussão sobre a reforma da Previdência começou, nessa terça (9), no Plenário. Nesta quarta, finalizou-se a votação em primeiro turno.

Nesta quarta (10), os movimentos social, sindical e estudantil realizaram grande ato em frente o Anexo II da Câmara dos Deputados contra o projeto. Em mais uma atitude autoritária, o governo impediu a entrada dos manifestantes na Casa Legislativa, que foi fechada e cercada por policiais, que, com truculência e spray de pimenta, avançaram contra os manifestantes.

“Isso é uma destruição dos direitos do povo brasileiro. Reforma se faz para melhorar e essa está vindo para prejudicar. E o pior de tudo é que a Casa do povo está fechada para o povo. Um projeto de tamanho impacto na vida do brasileiro não pode ser acompanhado pelo povo”, indignou-se o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (CUT), e secretário de Finanças e Administração da CUT Brasília, Julimar Roberto

A ação contou também com a participação de trabalhadores aposentados das suas atividades laborais, mas que ainda estão na ativa nas mobilizações. “Estão ampliando o desmonte dos direitos dos trabalhadores. Por isso , hoje, estou nas ruas para pressionar os deputados que estão contra a população para que eles mudem seus posicionamentos. É preciso que tenham consciência de que se votarem contra o povo serão cobrados no futuro”, disse o funcionário aposentado da Caixa Econômica Federal Vlamiro Martinez.

A intensificação da mobilização teve inicio na terça (9), em que trabalhadores de várias categorias realizaram enfrentamento dentro da Câmara dos Deputados. A vice-presidente da CUT Brasília e diretora do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF), Meg Guimarães participou da ação e destacou a importância de o povo dar uma resposta clara aos parlamentares. “Sabemos que o projeto é um ataque gravíssimo ao conjunto dos trabalhadores. Por isso, é nas ruas que vamos impedir o fim das aposentadorias”, afirmou.

Voz do povo
Para a vice-presidente da CUT, Carmen Foro, os deputados favoráveis à proposta não estão ouvindo a voz do povo brasileiro. “Ao longo desse período, temos realizados várias mobilizações e que somos contrários a esse projeto. Se escutassem o povo, não fariam essa reforma que só tira direito dos mais pobres. Porém, a mobilização não deve parar. Vamos pressionar e mobilizar”, disse.

Por fim, a deputa federal Erika Kokay (PT-DF) afirmou que, dentro do Congresso, a oposição seguirá resistindo para impedir que o projeto avance. “Vamos resistir e utilizar todos os instrumentos possíveis , pois trata-se de uma reforma que reafirma uma modelo

Com informações da CUT Brasília e da Câmara dos Deputados