Por proposta decente, bancários aprovam greve a partir do dia 30

Em resposta aos seguidos ‘nãos’ dos banqueiros nas rodadas de negociações, os mais de 3 mil bancários e bancárias do Distrito Federal aprovaram, por ampla maioria, na noite desta quinta-feira (25), em assembleia realizada na Praça do Cebolão, no Setor Bancário Sul (SBS), indicativo de greve a partir da próxima terça-feira (30).
“Os banqueiros tiveram mais de 30 dias para apresentar uma proposta à altura do esforço dos bancários. Diante das constantes negativas para as nossas reivindicações, não restou alternativa senão aprovar a greve por tempo indeterminado a partir do próximo dia 30. Apostamos no diálogo, mas os banqueiros não demonstraram interesse em negociar com a categoria”, afirmou o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, que integra o Comando Nacional dos Bancários e representa os bancários de Brasília nas negociações com a Fenaban.
Durante a sétima rodada de negociações da Campanha Nacional 2014, realizada na sexta-feira (19), o Comando Nacional dos Bancários considerou insuficiente a proposta de caráter econômico apresentada pela Fenaban, que inclui reajuste de 7% no salário (0,61% de aumento real), na PLR e nos auxílios refeição, alimentação e creche, além de 7,5% no piso (1,08% acima da inflação).
A greve é o último recurso de que os trabalhadores lançam mão, depois de esgotadas as negociações, para ver seus direitos ampliados e respeitados. É um direito garantido por lei e a principal arma para conquistar melhores condições de trabalho e salário, contra patrões intransigentes e gananciosos.
Nova assembleia segunda 29
E na próxima segunda-feira (29), nova assembleia na Praça do Cebolão, às 19h, definirá os rumos do movimento. Na ocasião, os bancários e bancárias devem ratificar a decisão da assembleia desta quinta e organizar a greve por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira (30).
Confira, abaixo, as principais reivindicações dos bancários:
– Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 724,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional);
– Melhores condições de trabalho: com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários;
– Emprego: fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, proibição às dispensas imotivadas, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PL 4330 na Câmara dos Deputados, do PLS 087 no Senado e do julgamento de Recurso Extraordinário com Repercussão Geral no STF; Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários;
– Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós;
– Reajuste salarial: 12,5%;
– PLR: três salários mais R$ 6.247;
– Piso: R$ 2.979,25 (salário mínimo do Dieese em valores de junho);
– Prevenção contra assaltos e sequestros: cumprimento da Lei 7.102/83, que exige plano de segurança em agências e PABs; de cofres e agências por bancários;
– Igualdade de oportunidades para todos, pondo fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
>>> Leia também: Bancários rejeitam propostas dos bancos e aprovam greve a partir do dia 30 (Contraf-CUT)