Planalto proíbe divulgação de encontros de Bolsonaro com pastores suspeitos de corrupção no MEC

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O Palácio do Planalto decretou sigilo sobre os encontros entre Bolsonaro e os pastores lobistas do Ministério da Educação (MEC). A informação é do jornal O Globo, divulgada nesta quarta-feira (13).

O jornal solicitou, por meio da Lei de Acesso à Informação, a relação das entradas e saídas dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura durante visitas no Palácio do Planalto. Eles são investigados pela Polícia Federal após denúncias de operarem esquema de cobrança de propinas no Ministério da Educação.

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI), chefiado pelo ministro Augusto Heleno, informou, entretanto, que a solicitação não poderia ser atendida, alegando que a divulgação das informações colocaria em risco a vida de Bolsonaro e de seus familiares.

Em áudios divulgados pela imprensa, o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou priorizar pastores aliados na liberação de recursos do Fundo Nacional da Educação (FNDE). Na gravação, Ribeiro ainda cita que o favorecimento é um pedido expresso de Bolsonaro.

Na agenda oficial do Planalto, os pastores se reuniram com o presidente da República, ao menos, três vezes, no Palácio do Planalto, e uma, no Ministério da Educação, com a presença de Milton Ribeiro. Porém, o GSI se recusou a informar as visitas dos religiosos registradas, que possam ter ficado fora da agenda, nas portarias do Planalto.

O jornal O Globo já havia apurado que os pastores tinham acesso também ao Congresso. Nos últimos quatro anos, Arilton Moura esteve pelo menos 90 vezes na Câmara, visitando gabinetes de dez diferentes parlamentares, de diferentes partidos. Entre eles, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) lançou na última sexta (8) a campanha “Quem defende a Educação não teme investigação! CPI do MEC Já!”. A mobilização tem o objetivo de cobrar dos/as senadores/as a assinatura para a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Ministério da Educação (MEC) para apurar as denúncias do que ficou conhecido como “bolsolão do MEC”. Para a Confederação, as denúncias de tráfico de influência na distribuição de recursos do MEC precisam ser investigadas imediatamente – leia a nota.

>> Saiba mais sobre a campanha AQUI.

Para a CNTE este é o momento de mobilização dos setores da sociedade para manifestações de rua ou atos com repercussão nas principais bases eleitorais dos/as senadores/as. “O mais importante, agora, é agirmos com rapidez, pois o Governo tem pressionado de todas as formas para evitar a CPI que poderá acabar com as pretensões de reeleição de Bolsonaro”, afirma a Confederação em nota.

Confira os senadores/as que já assinara o pedido de CPI do MEC:

1. Randolfe Rodrigues
2. Paulo Paim
3. Humberto Costa
4. Renan Calheiros
5. Fabiano Contarato
6. Jorge Kajuru
7. Zenaide Maia
8. Paulo Rocha
9. Omar Aziz
10. Rogério Carvalho
11. Reguffe
12. Leila Barros
13. Jean Paul Prates
14. Jaques Wagner
15. Eliziane Gama
16. Mara Gabrilli
17. Nilda Gondim
18. Veneziano Vital do Rego
19. José Serra
20. Tasso Jereissati
21. Cid Gomes
22. Alessandro Vieira
23. Dario Berger
24. Simone Tebet

Fonte: CNTE