Parlamentares e entidades civis manifestam apoio a professores
Faltando oito dias para zerar nossa contagem regressiva e para a nossa assembleia com indicativo de greve (8 de março), o Sinpro-DF recebeu nesta quarta-feira, dia 29, um grupo formado por parlamentares, presidentes de partido e de entidades civis para um café da manhã. Trata-se de mais uma ação da nossa campanha salarial com o objetivo não só de esclarecer a mobilização das professoras e professores da rede pública de ensino do DF, mas também de angariar apoios à nossa luta. Os parlamentares presentes se colocaram à disposição para usar sua influência de forma a fazer com que o Governo do Distrito Federal retome as negociações, bem como, cumpra os compromissos assumidos com a categoria.
Os diretores do Sinpro-DF reforçaram a disposição da categoria em negociar com o governo, lembrando toda a trajetória do movimento desde a assembleia de 17 de novembro, quando foi aprovada a contagem regressiva. O presidente do Partido dos Trabalhadores no DF, deputado federal Roberto Policarpo, manifestou seu apoio à luta dos professores e comprometeu-se a buscar a interlocução com o governo. Roberto Policarpo afirmou que “vai cobrar do governador Agnelo o cumprimento do compromisso de campanha feito com o Sinpro, de promover a isonomia salarial entre as carreiras de nível superior do GDF”.
A deputada federal Érika Kokay defendeu que a implantação do Plano de Carreira é uma forma de o governo resgatar a fidelização no serviço público. Um funcionário valorizado, segundo ela, tem toda a disposição de permanecer no serviço até a aposentadoria. Érika Kokay disse ainda que a Lei de Responsabilidade Fiscal – que limita os gastos do governo com pagamento de salários – não pode ser usada como instrumento de terceirização de serviços. Ela informou que está entrando na Câmara Legislativa com um projeto de lei para retirar a Educação da lei de responsabilidade fiscal.
A diretora da Secretaria de Imprensa do Sinpro, Rosilene Corrêa, falou sobre as greves já realizadas pela categoria e a importância de retirar o estigma de que professores estão sempre fazendo greve. “Não fazemos greve o tempo todo. Ela é nosso último recurso”, disse Rosilene, destacando a demonstração de tolerância da categoria com o movimento de contagem regressiva. O presidente da Central Única dos Trabalhadores no DF (CUT-DF), José Eudes, reforçou a informação da diretora do Sinpro ao afirmar que acompanhou de perto o movimento dos professores e participou das reuniões relativas ao Plano de Saúde. “A CUT-DF não só apoia os professores como também está junto para negociar”, disse José Eudes.
A diretora de Organização do Sinpro, Augusta Ribeiro, resgatou o motivo pelo qual o indicativo de greve foi marcado para o dia 8 de março: o não cumprimento do acordo firmado em 2011 e prevê a reestruturação do plano de carreira com efeitos financeiros também para 2012, 2013 e 2014, além da implantação do Plano de Saúde.
O presidente da CNTE, Roberto Leão, disse estar trazendo ao encontro a solidariedade dos trabalhadores da educação de todo o Brasil aos professores do DF. “Sem professor valorizado não há educação pública de qualidade”, afirmou, lembrando a greve nacional da educação marcada para os dias 14, 15 e 16 de março. Representando a CUT Nacional, o também diretor da CNTE, Antônio Lisboa, ressaltou que as duas entidades estão junto com o Sinpro na luta pela melhoria da qualidade da educação no DF. O deputado Wasny de Roure (PT/DF) lembrou que a luta para melhorar a qualidade da educação no Brasil começou a ser construída no governo do presidente Lula, quando se propôs a implantação do piso nacional dos professores.
O diretor da Secretaria de Assuntos Jurídicos do Sinpro, Washington Dourado, informou aos presentes sobre o estudo realizado pelo Sindicato que mostra que dentre os salários de 30 categorias de nível superior do GDF, o dos professores ocupa a 23ª posição. Ele lembrou que quase 100% da nossa categoria é graduada e que há um número alto de professores com mestrado e com doutorado, não sendo justo, portanto, o governo não valorizar essa massa de profissionais qualificados. O deputado distrital Izalci Lucas (PR/DF), disse ser inadmissível os professores ocuparem a 23ª posição em relação às demais categorias. O diretor de Política Social do Sinpro, Fernando Ferreira dos Reis, lembrou, ainda, que 50% do salário dos professores é formado por gratificações.
O presidente do PSB-DF, Marcos Dantas, que também representou o senador Rodrigo Rollemberg no encontro, informou que, a exemplo do que está fazendo em relação aos servidores da Segurança, o senador está à disposição dos professores para auxiliar na negociação com o GDF. A professora e ex-deputada Rejane Pitanga relembrou as lutas da categoria ressaltando a necessidade de o governo resolver a questão da reestruturação da carreira dos professores. Rejane Pitanga disse ainda ser necessário mudar a lógica do Fundo Constitucional que destina percentuais diferentes para a Segurança, a Educação e a Saúde. “Todos são prioridade e a divisão de recursos deve ser igual”, defendeu ela.
O presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas no DF (UBES), disse que a luta dos professores é de toda a comunidade escolar. “O movimento estudantil está 100% apoiando o movimento dos professores e estará nas escolas auxiliando a luta”, afirmou o estudante Mateus. O presidente da UBES informou que os estudantes estão organizando uma passeata no dia 2 de março para pedir reformas nas escolas do DF. A passeata, segundo ele, seguirá pela avenida L2 Norte em direção à Secretaria de Educação, no período da manhã.
Também estiveram presentes ao café da manhã do Sinpro os deputados distritais Joe Valle, Arlete Sampaio, Liliane Roriz e professor Israel, o presidente do PCdoB Augusto Madeira, o presidente da União da Juventude Socialista do PCdoB Didan, e o diretor da UNE-DF Yuri. Os deputados distritais Chico Leite e Eliana Pedrosa, que não puderam comparecer, enviaram seus representantes.