Parlamentares cobram mais diálogo e transparência na crise do GDF

“Está faltando diálogo. A crise do Distrito Federal não interessa à população, não interessa aos parlamentares e não interessa aos servidores. A crise não foi causada por nós e o governador Rollemberg precisa cumprir seu compromisso, seu programa de trabalho”, cobrou o senador Hélio José ao presidir audiência pública nesta sexta-feira (6), na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), que discutiu os problemas na gestão de Brasília.
IMG-20151106-WA0014O governador Rodrigo Rollemberg assumiu em janeiro e, alegando necessidade de equilibrar as contas, tem implantado medidas que incluem aumento de impostos e congelamento de reajustes salariais negociados em gestões anteriores. Na opinião de Hélio José, o governador deve “abrir as contas” para a população e para lideranças políticas do DF, apresentando argumentos que justifiquem as medidas adotadas, “pelo convencimento e não por imposição”.
Apesar das críticas, o senador reconheceu avanços no diálogo nos últimos dias, relatando a realização de reuniões entre parlamentares do DF e o primeiro escalão do governo, mas lamentou a ausência de representantes do GDF na audiência pública desta sexta-feira.
Manifestação dos professores
No debate, Rosilene Correa, diretora do Sindicato dos Professores do Distrito Federal, repudiou a ação da Polícia Militar do DF durante manifestação da categoria em 28 de outubro no Eixão Sul. Ela apresentou vídeo mostrando que a força policial usou bala de borracha, bomba de efeito moral e spray de pimenta para dispersar os manifestantes.
Já Rodrigo Rodrigues, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores no DF, condenou o fato de o GDF ter recorrido à Justiça contra os movimentos grevistas em Brasília. A crítica foi compartilhada pela deputada federal Érika Kokay. “Não é a Justiça que decide conflitos trabalhistas. É a mesa de negociação. Ao se buscar a judicialização, está se usando instrumento de pressão e abrindo mão das prerrogativas de diálogo do governo”, opinou a deputada.
Outros dirigentes aproveitaram para pedir apoio para aprovação de projeto que regulamenta o direito de greve no setor público. Projeto nesse sentido (PLS 287/2013) foi aprovado no início de outubro na CDH, com voto favorável do presidente da comissão, senador Paulo Paim (PT-RS), e aguarda deliberação da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).