Palestrantes contratados pela SEEDF retratam o perfil da gestão do GDF

Na manhã desta quarta-feira, 9, o evento da Secretaria de Educação para a semana pedagógica demonstrou seu total desconhecimento em relação ao perfil da categoria. Para “motivar” professores(as) e orientadores(as) educacionais da rede pública de ensino, a secretaria convidou Anthony Portigliatti e Luís Felipe Pondé, que apresentaram palestras rasas, sem conexão alguma com a realidade da educação básica no Distrito Federal e no Brasil.

Pondé, que nunca escondeu seu desprezo pelos conteúdos que buscam igualdade, afirmou que a pandemia gerou estudantes e professores(as) preguiçosos, e acusou os trabalhadores da Educação de “medrosos” por apresentarem suas preocupações com o momento atual. Além de ofender a categoria, Pondé demonstrou, não pela primeira vez, que desconhece a realidade das salas de aula, e que sua grande especialidade mesmo é gerar polêmicas infrutíferas.

“Um novo tempo, re(construindo) sonhos e avivando esperanças” poderia ter sido um bom tema, se tivesse sido abordado a partir dos debates que efetivamente têm acontecido na rede diante dos desafios dos últimos dois anos. No seu site, a secretaria afirma que construiu uma “programação voltada ao diálogo”; e a secretária Hélvia Paranaguá abriu o evento, em tom cívico, sem nem mencionar que estamos ainda em plena pandemia, ignorando, portanto, os desafios mais importantes e atuais do momento. Ou seja: infelizmente, o evento foi mais uma triste demonstração de que o GDF não procura, não faz e não quer diálogo.

No chat ao vivo, a categoria expressou sua indignação. Professores(as) e orientadores(as) educacionais cobraram diálogo, redução das turmas, reposição salarial com pagamento retroativo e condições seguras de trabalho. Em certo momento, o chat chegou a ser suspenso. Certamente, a Secretaria alegará problemas técnicos para justificar o ocorrido.

Ora, como motivar para o ano letivo uma categoria que tem seu salário congelado há quase sete anos, e que enfrenta um retorno às escolas sem diálogo, sem condições adequadas de trabalho e de segurança em meio a uma pandemia que tem vitimado milhares de brasileiros(as), e que vem batendo recordes de novos casos diários? A resposta da SEEDF não poderia ter sido mais equivocada: convocar um especialista em autoajuda e um legítimo representante do discurso que fundamenta a Lei da Mordaça.

O Sinpro-DF manifesta sua indignação com tais apresentações, e destaca que os(as) professores(as) e orientadores(as) educacionais do Distrito Federal trabalham incansavelmente pela Educação, pela escola pública e pelos seus estudantes, e merecem tratamento respeitoso por parte da Secretaria, da secretária e de qualquer convidado de qualquer atividade sua.

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