Orientadora Maria Lauzimar

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O desafio maior é equiparar direitos dos orientadores com o dos professores
Satisfeita com a profissão que escolheu para atuar na Educação, Maria Lauzimar Medeiros Cunha, orientadora educacional na Escola Classe Estância, em Planaltina, diz que, embora seja uma boa área de atuação, a cada ano a profissão de pedagogo orientador educacional está, a cada ano, mais desvalorizada na Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF).
“É tanto que a gente tem pleiteado os mesmos direitos dos professores. Somos da carreira do magistério público, ou seja, da carreira do professor, porém, há determinados direitos que os (as) professores (as) têm que nós não temos porque estamos fora da sala de aula. Éramos tratados como especialistas, mas, agora, mudou a nomenclatura para pedagogo-orientador para ver se a gente garante alguns outros direitos”, afirma.
Ela explica que a lentidão para esse segmento da categoria do magistério se equiparar com a dos (as) professores (as) ocorre em virtude do fato de essa luta ser um processo. “São vários desafios, mas vejo dificuldades maiores no trabalho em rede porque a gente desempenha o papel de psicólogo, médico, fonoaudiólogo, assistente social – no que diz respeito ao trabalho com a família – e outras coisas e o trabalho em rede não existe”, reclama.
Lauzimar atua na orientação educacional da SEEDF há 18 anos e diz que, normalmente, esses problemas sobrecarregam demais a escola e ao profissional quando a gente recebe uma família que tem muitos problemas e a gente tem de estar auxiliando de alguma forma porque os problemas refletem no aprendizado da criança e do (a) adolescente porque não depende somente de mim, pedagogo-orientador, depende de outros profissionais para tentar ajudar a criança e/ou adolescente com a família dela.
Para Lauzimar, em menos de um ano de mandato, o governo Rollemberg conseguiu piorar ainda mais os problemas da orientação educacional. “Ele está nos tratando como a todo profissional da Educação, de forma a cada dia pior, desvalorizando cada vez mais a nossa profissão”, explica. Ela lembra que essa atitude do governo afeta frontalmente a luta por novas conquistas e atrapalha muito o pleito do segmento de ter os mesmos direitos dos (as) professores (as).
“São direitos como a aposentadoria. A gente pleiteia aposentar com 30 anos de magistério. E olhando assim pode não ser nada, mas é muito coisa. A gente não lida em sala de aula com os (as) estudantes, como o (a) professor (a), mas a gente desenvolve atividades na sala de aula e trabalhamos direto com estudante também”. Esclarece.
A orientadora educacional observa que o Sinpro-DF, em 2016, deve dar continuidade à luta desse segmento buscando a aposentadoria e também que sejamos tratados como profissionais da carreira do magistério, da carreira do (a) professor (a).
“Por exemplo, a gente executa nosso trabalho juntamente com o pedagogo (a) – aquele (a) que era professor (a) e saiu da sala de aula para atuar como pedagogo (a) juntamente com o (a) psicólogo (a) – e o (a) pedagogo (a) tem lá uma gratificação porque atende ao estudante especial e nós não temos essa gratificação embora façamos o mesmo trabalho: a gente atende ao estudante, vai na sala de aula, atende à família, faz encaminhamentos. Se o (a) estudante precisa de uma terapia psicológica ou de um encaminhamento de fonoaudiólogo é a gente que encaminha. E a gente não tem os mesmos direitos. Somos separados”.
Ela explica que, “como o (a) pedagogo (a) é um (a) professor (a) que saiu da sala de aula para ser pedagogo (a), ele (a) tem direito e o (a) orientador (a), porque o concurso dele (a) é de orientador educacional, ele (a) não tem”. Vale lembrar que o (a) orientador (a) educacional é formado em pedagogia com habilitação em orientação educacional e, muitos (as) que fizeram pedagogia, optaram pela especialização.