Orientadora Marcela Vietes Mendonça

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Nome: Marcela Vietes Mendonça
Escola: Escola Classe Córrego Barrero, Zona Rural do Gama
Tempo de magistério: 19 anos
É preciso ir além da escola para ajudar um estudante
Um dos responsáveis pelo desenvolvimento pessoal, do suporte e da formação do estudante, o(a) orientador(a) educacional carrega, também, a responsabilidade de auxiliar a direção e o(a) professor(a) na compreensão de todos os comportamentos dos(as) alunos(as). Apesar de toda importância no contexto escolar, o profissional da área sofre com a falta de condições ideais de trabalho.
Segundo a orientadora Marcela Vietes Mendonça, os problemas começam pela precariedade nas escolas públicas do Distrito Federal. “Temos um trabalho muito importante e que requer um espaço adequado para realiza-lo. Infelizmente não temos este espaço nas escolas. A gestão da escola tenta disponibilizar um local, mas ainda estamos longe de ter condições ideais de trabalho”, analisa a orientadora da Escola Classe Córrego Barreiro, Zona Rural do Gama.
Outra preocupação destacada por Marcela é com o quadro reduzido de profissionais na rede pública de ensino do DF. De acordo com ela, a maioria das escolas conta com apenas um profissional, enquanto o ideal seriam quatro. A preocupação ganha sentido, já que na formação do estudante o orientador passeia por vários campos, desde a reflexão sobre valores morais e éticos, à tentativa de resolver conflitos sociais e familiares. “Hoje, temos um orientador por escola e o ideal seria um para cada 400 estudantes. Já trabalhei em escolas que tinham dois mil estudantes para acompanhar”, informa Marcela, complementando que “é importante que o estudante tenha a certeza que está escrevendo a história dele e temos participação direta nisto. Precisamos ir além da escola. Você não identifica uma dificuldade de aprendizado apenas com a parte cognitiva, mas também a social, afetiva e em outros aspectos que é preciso ter um olhar diferenciado para perceber isto”.
Mesmo com todos os problemas e dificuldades passados em sala de aula, Marcela afirma que o maior desafio é conquistar o reconhecimento profissional por parte do governo do Distrito Federal. “Já temos este reconhecimento do estudante e da comunidade escolar. É preciso que o governo reconheça o trabalho que desenvolvemos e nos ajude a contornar os problemas, para que possamos ajudar ainda mais”, finaliza Marcela.