"10% do PIB não quebram o país. O que quebra o país é a ignorância",diz Gadotti

“É fácil saber o que é sustentável, basta percebermos o que é insustentável neste mundo: a guerra, a fome, a miséria, o analfabetismo, enfim, tudo o que nos impede de viver numa sociedade mais justa e fraterna”. Assim o professor e presidente de honra do Instituto Paulo Freire, Moacir Gadotti, iniciou nesta quinta-feira, 13, a sua palestra durante a abertura do 9º Congresso das/os Trabalhadoras/es em Educação Olga Benário. Um auditório lotado (foto) acompanhou atentamente  sua explanação. Antes foi feita uma homenagem à vida e à luta da militante que dá nome ao 9º CTE e membros da mesa puderam se manifestar sobre a importância da realização do evento.
Para Gadotti, é preciso politizar a questão ambiental, até porque em ambientes insustentáveis vivem normalmente seres humanos em situação de degradação. ” Se cada saber deve proteger a terra, nós, que somos profissionais do saber, temos que fazer uma reflexão crítica e sair do senso comum do que é pensar ecológico, para além das belas imagens da natureza. É preciso desconfiar quando os bancos começam a usar o termo sustentabilidade. É preciso mostrar que o problema está no sistema que nos trata como mero consumidores “,  alertou ele.
Ele entende que 10% do PIB para a Educação não quebram o país. “O que quebra o país é a ignorância”, disse.  O professor lembrou que a escola cidadã defendida por Paulo Freire é a escola do companheirismo, da comunidade, da vivência plena da democracia. “Que neste congresso vocês possam fazer uma análise crítica das suas práticas e questionar o modelo neoliberal defendido pelo Banco Mundial, que tem ditado o modelo educacional que provocou essa tragédia na Educação da América Latina”, afirmou.
Após a palestra de Gadotti, foi analisado e votado o regimento interno. Logo após os participantes puderam se confraternizar durante apresentação musical.