O Projeto Re(vi)vendo Êxodos chega a 18ª edição
Com o objetivo de levar aos alunos conhecimento intelectual e emocional capaz de gerar cidadãos críticos e sensíveis, o projeto Re(vi)vendo Êxodos chega a sua 18ª edição. A exposição acontece no Espaço Cultural Renato Russo, e pode ser visitada de segunda a sexta, das 9h às 21h.
A iniciativa desenvolvida desde 2001, trata-se de uma mostra fotográfica que reúne mais de 600 imagens de alunos do ensino médio de escolas de Brasília entre elas, o Centro de Ensino Médio Setor Leste.
O projeto prevê ações pedagógicas e de trabalho de campo durante os quatro bimestres do ano letivo, pautados em três áreas de atuação: Identidade (cidadania e ética, formação histórica, comportamento e relações); Patrimônio (material e imaterial, manifestações artísticas, construções sociais e culturais), meio ambiente e qualidade de vida.
Na coordenação do projeto, o professor Luis Guilherme explica que nos últimos anos foram estabelecidas parcerias com diversas instituições públicas como Exército Brasileiro, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Clube dos Pioneiros de Brasília, Instituto Chico Mendes (ICMbio), além de governos estaduais e do DF.
“Articulamos diversas propostas e ações nas áreas de educação, pesquisas históricas, estudos de preservação, sustentabilidade, registro de manifestações, entre outras. Desde 2004, realizamos essas pesquisas e ações em parceria com algumas das instituições públicas mais respeitadas, além de diversas empresas que comungam com nossos objetivos educacionais. É interessante observar o resultado desse olhar estimulado por estudos e pesquisas”, explica o educador.
Luis Guilherme explica que um dos objetivos alcançados pela pesquisa foi possibilitar aos alunos uma análise crítica da vida cotidiana, levando os alunos a uma reflexão e diálogo sobre diversos assuntos que traduzem a diversidade cultural do povo brasileiro, desenvolvendo assim maior compreensão sobre questões da realidade contemporânea na qual estão inseridos.
“Estamos vivendo em um mundo globalizado, ainda sob a égide de uma potência hegemônica, com o crescimento exponencial dos dramas sociais e ambientais em todo o planeta. Tudo isso, gera alterações profundas na vida humana e num momento particularmente delicado vivido pelas instituições democráticas, com uma profunda crise moral e ética traduzida por práticas antirrepublicanas e pelos embates tragicômicos entre os poderes constituídos no país. É vital e urgente a discussão da questão do “pertencimento”, do respeito à cidadania, do encorajamento da ética nas relações políticas e humanas, do fortalecimento da tolerância. Queremos que nossos alunos brilhem, numa escola pública de qualidade, laica, inclusiva, tolerante, diversificada, presencial, que defenda a liberdade de expressão, os direitos humanos e que seja capaz de instrumentalizar esses jovens a serem cidadãos participantes, responsáveis, críticos e amorosos”, concluiu Luis Guilherme.
A Exposição sempre contou com o apoio e a curadoria conceituada fotógrafa Mila Petrillo e este ano a fotógrafa Rayssa Coe também contribuiu.
“Nessa exposição nos deparamos com imagens produzidas por uma juventude muito familiarizada com a fotografia como linguagem. Mas nesse exercício a atenção e o foco está na busca de identidade, assim encontramos uma expressão mais livre, típica dos jovens, se percebendo parte de um todo, adquirindo voz própria com originalidade. Um privilégio fazer uma pequena parte desse processo e observar o florescer de indivíduos que agora perpetuam a cultura de um povo”, explica Rayssa Coe.
Todo ano, o projeto culmina em uma grande caminhada, uma etapa forte e inovadora do Projeto. A caminhada é um profundo mergulho intelectual, físico e emocional, na realidade que nos circula e na qual está inserido os educandos, e que na maioria das vezes não a percebemos. Trata-se de um poderoso instrumento para autoconhecimento, disciplina e superação de limites; é um mecanismo privilegiado para a expansão das consciências críticas tanto do indivíduo, como da coletividade.
Desde a origem do projeto, foram realizadas 0ito caminhadas:
- “Brazlândia-DF – Planaltina-DF” (passando pelo Parque Nacional, região da Boa Vista e Sobradinho – DF) de 7 dias com 110 Km, em 2004;
- “Serra dos Pirineus-GO – Catetinho-DF” (passando por Pirenópolis-GO, Corumbá-GO, Alexânia-GO, Santo Antônio do Descoberto em Goiás e Gama no DF) de 16 dias com 280 Km, em 2005;
- “Formosa-GO – Parque Nacional de Brasília-DF” (passando pelo Marco Zero do Quadrilátero Cruls, Planaltina de Goiás, Planaltina-DF e Sobradinho – DF) de 14 dias com 240 Km em 2006.
- “Chapada Gaúcha-MG – Jardim Botânico de Brasília-DF” (passando pelo Parque Nacional Grande Sertão Veredas-MG, Arinos-MG, Morrinhos e Sagarana-MG, Urucuiua-MG, Riachinho-MG, Buritis-MG, Taquaril e Vila Cordeiro-MG, Cabeceiras de Goiás, Unaí-MG, e São Sebastião-DF) de 15 dias com 1.330 km – sendo 300 a pé.
- “Cavalcante/GO – Brazlândia/DF ” — 04 a 18 de Outubro (passando pelo parque nacional da Chapada dos Veadeiros, Alto Paraíso –GO, S’João D’Aliança, Agua Fria, Mimoso, Padre Bernardo) em 15 dias, em 2010.
- “Juscelândia/GO – Brasília/DF” (passando por Natinópolis/GO, Santa Isabel/GO, Cirilândia/GO, Goianésia/GO, Malhador/GO, Das Placa/GO, Pirenópolis/GO, Corumbá/GO, Olhos D’Água/GO e Alexânia/GO) de 15 dias com 250 km em 2012.