O desafio da Gestão Democrática

No próximo dia 23 de novembro, as comunidades das escolas públicas do Distrito Federal elegerão os diretores e vice-diretores para o triênio 2017/2019. Inicialmente, esse processo eleitoral parece tratar apenas de uma questão técnica/pedagógica. No entanto, engana-se quem pensa dessa forma. A gestão democrática deve ser uma ferramenta de defesa das liberdades e do livre pensamento.
Diferentemente dos últimos anos, esse processo também será responsável pela organização da categoria e dos trabalhadores nas próximas décadas. As equipes eleitas não terão apenas a prerrogativa de organizar administrativa e pedagogicamente as escolas. Mais do que isso: terão a responsabilidade de defender a democracia e promover junto aos alunos a capacidade de reflexão crítica.
Há alguns anos, as direções das escolas eram indicadas pelos governos e representavam diretamente o secretário de educação. Com a aprovação da lei 4.751/12, as comunidades escolares passaram a escolher diretamente as equipes gestoras. Essa mudança fortaleceu a luta da categoria nas escolas e deu mais autonomia na construção do Projeto Político Pedagógico.
Em tempos de ataques aos direitos dos trabalhadores e das camadas mais pobres da sociedade, a escola deve ser uma verdadeira trincheira contra quaisquer tentativas de supressão de direitos, contra as reformas indesejadas e contra a falta de diálogo dos governantes. Portanto, as escolas também são responsáveis pela consolidação da democracia no nosso país. Não podemos aceitar retrocessos.
Nesse sentido, as escolas precisam ampliar o debate da gestão democrática, promovendo a pluralidade de ideias e o respeito às diferenças. Só com uma educação pública de qualidade teremos uma sociedade mais justa e preparada para enfrentar quaisquer situações que ameassem os direitos dos trabalhadores.
Nessa perspectiva, visando a defesa da democracia nas escolas, as direções eleitas deverão assumir o compromisso com a comunidade, assegurando a autonomia da escola, a defesa da diversidade e da pluralidade de ideais e, acima de tudo, lutar pela garantia de uma educação pública que faça pensar e que promova a ascensão social de todos. Só assim conseguiremos enfrentar os ataques que estão por vir.
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