Nota do Sinpro-DF em defesa da Petrobrás

Em defesa da Petrobrás
Pela redução dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha
Em defesa da democracia e da soberania nacional

A profunda crise na qual o país se enreda nos últimos dias é mais uma desastrosa consequência do golpe de 2016. Orquestrado por amplos setores do empresariado brasileiro e do capital financeiro internacional através de seus representantes nos Poderes Legislativo e Judiciário, a ação destituiu uma presidenta legitimamente eleita para substitui-la por um programa elitista e entreguista, que fora derrotado nas urnas em 2014.
A Petrobrás foi uma das primeiras a sentir os duros impactos do golpe. Desde que a operação Lava-Jato passou a intervir nos rumos políticos e econômicos do país por meio somente de “convicção” de alguns juízes e procuradores, a empresa vem sofrendo intenso processo de desgaste e desvalorização, visando a um sucateamento bem conhecido dos brasileiros e brasileiras que viveram os anos plenos do neoliberalismo: o que os golpistas desejam é privatizar a Petrobrás de vez.
O golpe alterou substancialmente a política de preços da Petrobrás, bem como as políticas de concessão e exploração do petróleo e do pré-sal. Vinculou a política de preços ao mercado internacional, com isso foram mais de 200 reajustes de combustíveis em 2 anos de golpe. Vale lembrar que nos 13 anos dos governos de Lula e Dilma foram apenas 16 reajustes nos combustíveis. Reservas foram entregues ao mercado internacional e o próprio modelo de produção sofreu mudanças estruturais. Ao abrir mão da soberania sobre a política energética, os golpistas submetem o povo brasileiro a pagar preços abusivos por combustíveis e gás.
Para nós, este é o momento de erguermos trincheiras em defesa da Petrobrás, da soberania nacional e da democracia. Defender a Petrobrás também é defender os investimentos e o financiamento da Educação nos moldes preconizados nas metas do PNE. Não podemos assistir calados o desmonte de um dos maiores patrimônios do povo brasileiro, que já provou seu enorme potencial de gerar desenvolvimento e distribuição de renda. Muito menos podemos aceitar que seja o povo a pagar a conta da ânsia destruidora da elite colonialista e entreguista do Brasil, cujos atos colocam o país refém dos interesses do mercado internacional e ampliam vergonhosamente as desigualdades, a exclusão e a marginalização. Não podemos assistir passivamente movimentos reacionários impondo uma agenda autoritária e defendendo a intervenção militar como remédio para os problemas do país. Precisamos sim é de intervenção literária, de educação, de saúde, de alimentação e de segurança para o nosso povo. Precisamos sim de mais democracia, mais participação popular e transparência com os investimentos nas políticas públicas.
Apoiamos a greve nacional dos petroleiros, que se inicia nesta quarta-feira, dia 30 de maio, contra o aumento dos preços nos combustíveis e no gás de cozinha; pela defesa da Petrobrás; fora Temer e Pedro Parente. Reiteramos ainda a luta pela democracia e pela soberania popular com a realização de eleições livres e diretas com a participação de todas as candidaturas. O Sinpro, em sua história de luta, sempre apoiou a democracia e não a intervenção militar.

Diretoria Colegiada do Sinpro/DF
Brasília-DF, 29 de maio de 2018