Na programação do Gira Cultura DF, Mostra Brasília 61 celebra o cinema da capital

Cidade vocacionada para a sétima arte, a capital federal ganha em seu aniversário de 61 anos uma mostra de cinema inédita online, que reúne filmes de clássicos a inéditos. A Mostra Brasília 61 integra o Festival Gira Cultura DF, que será realizado a partir de quarta (21 de abril), e é uma iniciativa do Audiovisual da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec).

 

A mostra reúne uma diversidade de produções com temática relacionadas a Brasília e ao Distrito Federal. “Selecionamos filmes que revelam olhares sensíveis da contemporaneidade. Reunimos aqui um conjunto de olhares que nos ajudam a refletir sobre o futuro que desejamos construir para o Brasília e para o Brasil”, resume o gerente e programador do Cine Brasília, Rodrigo Torres, que assina a curadoria da mostra com Newton Lima.

 

Na mostra, assista também ao documentário inédito sobre a atriz, diretora e produtora Dulcina de Moraes, escrito e dirigido por Glória Teixeira.

 

PLAY MOSTRA BRASÍLIA 61

Assista aos filmes

 

Dulcina não é a única personalidade com estrita ligação com a cidade homenageada a participar da mostra. Conceitualmente, já era um desejo dos curadores desenhar uma seleção que refletisse sobre a capital. “São filmes que falam de personalidades que ajudaram a construir a história cultural da cidade, como o curta-metragem “O Risco do Artista”, que conta a história do Darlan Rosa, e o longa Dulcina, que nos traz a trajetória da atriz na criação do Teatro e da Faculdade que foram batizados com o seu nome em Brasília”, detalha Newton.

 

Na segunda sessão da mostra, a curadoria optou por voltar aos primórdios da capital, com imagens históricas, mas também desafiando o espectador com exercícios de linguagem. “É uma sessão dedicada aos olhares contemporâneos sobre filmes produzidos no passado. Como essas obras são reativadas no presente?”, provoca Rodrigo Torres ao se referir a Amor & Desamor (1966), primeiro longa-metragem de ficção rodado em Brasília. “Este é um filme digitalizado recentemente, que nos aponta para pertinência da preservação de nossa memória audiovisual”, acrescenta.

 

Nesta mesma sessão, constam dois curtas-metragens domésticos, provenientes de acervos particulares. A intenção, diz Rodrigo, era destacar os olhares amadores sobre a cidade, os pontos de vista não-institucionais e não-profissionais sobre a capital. “Acreditamos que estas visões são igualmente relevantes na construção do nosso imaginário simbólico sobre a capital. Perguntamo-nos também quais seriam os destinos destes importantes registros quando falamos de preservação da memória audiovisual”, justifica.

 

DIVERSIDADE

“As Filhas das Lavadeiras”

A Mostra Brasília 61 também exibirá o curta “Filhas de Lavadeiras”, da diretora Edileuza Penha de Souza, inspirada na obra homônima da escritora e pedagoga Maria Helena Vargas. O filme foi o vencedor na categoria melhor curta-documentário no festival É Tudo Verdade (maior competição não ficcional da América Latina) e traz relatos de mulheres negras e a história de resistência empreendida nas vidas particulares delas.

 

Já o documentário “Entorno da Beleza” (ganhador do Prêmio Conterrâneos de melhor documentário no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro de 2012) apresenta os bastidores dos concursos de miss realizado no Distrito Federal. A diretora Dácia Ibiapina lança um olhar particular para as belezas, contrastes e o cotidiano do Entorno do DF.

 

No último dia da mostra o público poderá assistir ao curta de ficção “O Mistério da Carne”, de Rafaela Camelo, que aborda o cotidiano de meninas de uma escola cristã tomadas por vaidade, desejos e pela sexualidade recém-descoberta. O filme foi selecionado para integrar a seção de curtas internacionais (International Narrative Short Films) do Festival de Sundance em 2019.

 

Junto com “O Mistério da Carne”, será exibido no último dia da mostra o longa-metragem “Maria Luíza”, do diretor Marcelo Diaz, depois de circular e reunir prêmio em diversos festivais. Trata-se da história da personagem-título, que é a primeira militar reconhecida como transsexual na história das Forças Armadas no Brasil.

 

 

MESAS GIRA

 

“Vamos debater o curta e o longa do dia anterior de forma a pensar o cinema como uma arte mobilizadora”, conta Rodrigo Torres.

 

As mesas do Gira contam com convidados como a cineasta Glória Teixeira e a atriz Françoise Forton.

 

Dia 22.04, às 15h – Mesa Gira

Mostra Brasília 61 – Dulcina e Darlan

Debate com realizadores e convidados acerca dos processos de criação das obras documentais sobre duas ilustres personalidades de Brasília, Dulcina de Moraes e Darlan Rosa.

Mediação: Rodrigo Torres (Cine Brasília)

Debate sobre os filmes exibidos

Com Roberto Seabra (diretor de “O Risco do Artista”), Darlan Rosa (artista), Glória Teixeira (diretora do “Dulcina”), Françoise Forton e Úrsula Ramos (atrizes).

 

Dia 23.04, às 15h – Mesa Gira

Mostra Brasília 61 – Olhares Femininos no Cinema Documental.

Mediação: Érika Bauer (UnB)

Com Dácia Ibiapina (diretora de “Entorno da Beleza”), Ruth Maranhão (produtora executiva “Filhas de Lavadeiras”) e Ivonete dos Santos (atriz).

 

Dia 24.04, às 15h – Mesa Gira

Mostra Brasília 61 – Memória Audiovisual 

Debate sobre a preservação da memória audiovisual do Distrito Federal. Análise do processo de digitalização do primeiro longa-metragem de ficção filmado na capital e sobre os destinos das produções de filmes domésticos

Mediação: Rodrigo Torres (Cine Brasília)

Com Rafael de Luna (Professor Universidade Federal Fluminense) e Lila Foster (Pesquisadora Universidade de Brasília).

 

Dia 25.04, às 15h – Mesa Gira

Mostra Brasília 61 – Cinema e gênero

Debate com os realizadores em torno da temática identidade de gênero.

Mediação: Tânia Montoro (UnB)

Com Rafaela Camelo (cineasta de “Mistério da Carne”), Marcelo Diaz (Cineasta de “Maria Luiza”) e Maria Luiza (mulher militar da Aeronáutica)

 

Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Ascom/Secec)

E-mail: comunicacao@cultura.df.gov.br