Muita escola em situação precária

Na próxima quarta-feira, cerca de 500 mil estudantes da rede pública voltam às aulas no Distrito Federal. Como em outros inícios de ano, muitos vão enfrentar alguns problemas, como encontrar Escolas em estado precário e poucos professores para atender a demanda. Segundo o último levantamento do Tribunal de Contas do DF (TCDF), realizado no início do ano passado, as condições físicas das Escolas públicas estão piores que as registradas em 2010. Mais de 85% das unidades de ensino carecem de reparos moderados ou grandes, devido à insuficiência dos serviços de manutenção prestados pelo governo.
Conforme a apuração do TCDF, 51,43% das instituições de ensino no DF têm necessidade moderada de reparos; 32,83% estão em condições ruins e 3,12% em péssimo estado. Somente 12,63% das Escolas foram consideradas em boas condições. Comparando com os resultados obtidos desde 2007, é possível verificar uma leve melhora em 2009, piora no início de 2010 e uma queda maior de qualidade em 2011. Foram consideradas em boas condições pelo TCDF as Escolas que apresentaram bons resultados na avaliação de itens como infraestrutura, ou seja, não apresentavam infiltrações, problemas elétricos, de piso ou pintura, e que contavam com bons equipamentos, como mesas e cadeiras.
Entre 25% e 40% foram as consideradas ruins. Até esse ano, pelo menos uma das Escolas classificadas como ruins no levantamento foi reformada pelo Governo do Distrito Federal (GDF). Na análise do TCDF, as condições insatisfatórias das Escolas públicas se mantiveram devido aos mesmos problemas apontados anteriormente pelas auditorias do TCDF: manutenção insuficiente dos prédios e um grande número de Escolas sem as dependências necessárias para cumprir com as atividades da grade curricular. Em nota à auditoria do Tribunal de Contas, a Secretaria de Educação informou que, no período entre o início das aulas de 2010 e 2011, foram reformadas apenas seis Escolas. No mesmo período, sete novas Escolas foram construídas.
Reforma em Sobradinho – De acordo com a Secretaria de Educação do Distrito Federal, desde o dia 24 de janeiro, pelo menos 300 das 649 Escolas públicas do DF receberam serviços de limpeza e manutenção. Poda, retirada de entulho, consertos nas instalações hidráulica e elétrica, além da pintura de paredes e faixas de pedestre foram algumas das ações iniciais. O Caic de Sobradinho II é umas das Escolas beneficiadas pela atual reforma. A instituição já apresentava condições críticas de infraestrutura há anos, com muros derrubados e paredes depredadas. A reforma do GDF fez a pintura das paredes, ergueu muros, retirou a sujeira das calhas e aparou o mato alto.
Nossa expectativa agora é que os alunos encontrem uma novaEscola nesse início de ano. Assumimos o Caic com muitos desafios. A Escola era depredada pela própria comunidade, e com o tempo, foi deteriorando. Contamos com ajuda do governo para dar uma nova cara à instituição, diz Elimar Teles Farias, diretor do Caic de Sobradinho II.
EXPECTATIVA – Cerca de 2,3 mil alunos estão matriculados no Caic de Sobradinho II. A dona de casa Elinelsa Pereira da Silva, 30 anos, é uma das mães que pretende inscrever o filho na instituição neste ano. Apesar de conhecer a situação da Escola, ainda espera por melhorias. Como não tínhamos opção de ir para outra Escola, o jeito foi o Caic. Torço que ele esteja em condições melhores neste ano, afirma a mãe. Cerca de 1,2 mil servidores do GDF estão envolvidos na força-tarefa coordenada pelas secretarias de Educação e Obras. Os serviços também começaram em Candangolândia, Itapoã, Varjão, Lago Norte e Lago Sul. O objetivo é contemplar todas as Escolas públicas até 7 de fevereiro.
Pode faltar professor – Neste ano letivo, o Distrito Federal pode correr o risco de não ter professores suficientes para atender as salas de aula das Escolas públicas. Essa é a análise da diretora de imprensa do Sindicato dos professores (Sinpro-DF), Rosilene Correa. “Em 2011, cerca de seis mil professores estavam em contrato temporário, e nenhum foi contratado. Há casos de turmas que ficaram dias sem aula, esclarece Correa. A diretora afirma que os responsáveis usam o contrato temporário para preencher carências de servidores de carreira. É o resultado de uma política que vem se agravando ao longo dos anos”, diz Correa. O sindicato fará assembleia dia 8 de março, para decidir se a categoria entrará em greve novamente. A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Educação informou que não há, até o momento, perspectiva para contratação de mais professores este ano.
Remanescentes – Já para os alunos que ainda não fizeram matrícula, a Secretaria de Educação está com inscrições abertas para as vagas remanescentes na rede pública de ensino do DF. A inscrição pode ser feita até amanhã, na Escola onde o aluno foi contemplado. São cerca de sete mil vagas não preenchidas, só para os que se inscreveram até a semana passada pelo 156. Também há vagas nos centros interescolares de língua (CIL) da Secretaria de Educação e no sistema de Educação de Jovens Adultos (EJA), que podem ser requisitadas até amanhã. Nos centros interescolares de línguas, os estudantes têm aulas de inglês, francês e espanhol. Para confirmar a matrícula, o aluno ou responsável legal deve levar à Escola: documento original e cópia da certidão de nascimento ou registro geral, duas fotos 3×4, comprovante de residência, cópia de cartão de vacina atualizado para alunos da Educação Infantil.
Deve ainda, apresentar a tipagem sanguínea e fator RH, declaração provisória de transferência, histórico Escolar, e, para maiores de 18 anos, título de eleitor e CPF. Mais informações pelo telefone 156.
Com informações do ClicaBrasília