Professora aposentada luta para realizar o sonho de ser modelo e atriz

O glamour das passarelas e o sucesso no teatro, nas TVs e cinemas nem sempre são compatíveis com a vida real das modelos e atrizes iniciantes. As dificuldades e os desafios, muitas vezes, são tão grandes que muitos talentos ficam para sempre escondidos no mundo dos sonhos.

A professora aposentada da Secretaria de Estado da Educação (SEE-DF), Rosângela Alves Pereira Ventura, que esperou 26 anos para materializar o sonho de criança de ser modelo e atriz, corre o risco de devolver seu projeto de vida ao mundo das quimeras por falta de patrocínio. Atualmente, ela está nas passarelas, mas luta por um patrocínio para continuar desfilando e atuando, caso contrário terá de abandonar, mais uma vez, o seu desejo.

Quando tinha 15 anos, ela tentou seguir essa carreira, mas o pai proibiu. Aos 27 anos, tentou fazer o curso de modelo, mas não tinha tempo hábil para se dedicar em razão da atuação no magistério. Tornou-se professora efetiva da SEE-DF. Hoje, aos 53 anos, é a falta de dinheiro que tenta impedi-la de prosseguir. Alguns meses depois de se aposentar, ela mostrou aos(às) colegas que aposentadoria não é fim de linha. Pelo contrário, pode ser um novo recomeço.

No sábado (16), por exemplo, ela participou de um workshop com o ator Wellington Fagner e apresentou um monólogo que o ator passou para ela estudar. “Foi uma oportunidade de estar em contato com o diretor e o produtor de eventos Felipe Ventura”.

A professora diz que a aposentadoria foi um estímulo para ela se lançar no mundo da moda e realizar seu desejo ser uma modelo e atriz. Hoje, ela está na passarela e, ao mesmo tempo, correndo atrás de patrocínio. Viu a oportunidade de ser modelo no Instagram, clicou no anúncio, fez a inscrição e começou a estudar e a desfilar.

Parecia que, agora sim, havia emplacado o sonho de criança. A quantidade de eventos e premiações que participou deu a ela a esperança de ver sua luz brilhar nas passarelas e nas artes cênicas. Mas do que a realização de um sonho, o novo ofício passou a ser um projeto de complemento de renda para dar vida melhor a sim mesma e a seus 18 animais de estimação.

“Vi no Instagram uma agência pedindo novos modelos e fui lá, me inscrevi e tive a oportunidade de participar do Fashion Week, em julho deste ano. Vai acontecer novamente entre novembro e dezembro. A partir dessa agência, comecei a ser agenciada por outras. Hoje sou agenciada pelo Forum e Portal Dilson Staen, que realizará um evento em dezembro deste ano em São Paulo. Também me agenciei pela Rosana Gusmão, na qual fui classificada como Miss Brasília – Categoria Sênior”, conta.

Esse volume de eventos, no entanto, não é sinônimo de sucesso e dinheiro. Ela precisa de receber patrocínio para seguir representando o Distrito Federal no mundo das artes cênicas e das passarelas da moda. Para ser modelo e atriz é preciso muito investimento financeiro, o que não é compatível com a sua aposentadoria. Ela está numa situação que precisa investir dinheiro em cursos e participações em eventos para ser vista e reconhecida e, com isso, adquirir um patrocínio das instituições da capital do País.  

 “Muitas modelos do Rio e São Paulo conseguem apoio das Prefeituras de suas cidades ou das Assembleias Legislativas ou Câmaras Municipais. Essas modelos já conseguiram ser homenageadas com uma simples solenidade nos Poderes Legislativo e Executivo porque estão representando a cidade. Eu não consegui nada. Já fui falar pessoalmente com os deputados e até hoje não recebi nenhuma resposta e nem sequer consegui tirar uma foto com o governador Ibaneis”, lamenta.

 

Para entrar em contato com de Rosângela, basta ligar para o número (61) 993811285 ou enviar mensagem para o e-mail: zanzaventura@gmail.com. Nas redes sociais, ela atende nos endereços: @Rosangela Alves Pereira V  

 

Uma história de amor à arte

Rosângela conta que fez o curso de modelo aos 27 anos “porque sempre foi meu sonho ser modelo e mais nova meu pai não deixou. No ano passado eu já queria ter me engajado na profissão e realizar meu sonho de desfilar, passarela, trabalhos, até mesmo com o objetivo de angariar um pouco mais de dinheiro porque sou protetora de animais e tenho 18 animais, que dependem de mim para tudo”.

Atualmente, a professora é agenciada pela Mega Model e Diva City e ela investe seu salário de aposentada nas formações e participações. “Não é fácil. Sou atriz iniciante também, que não é fácil e é um campo muito concorrido como qualquer outros que a pessoa queira se aperfeiçoar. Fui convidada para desfilar, em novembro, em Curitiba, pela agência Zoom. O que dificulta é o capital para a gente se deslocar e investir nessas oportunidades. Isso é o mais difícil para qualquer pessoa que queira se envolver na moda”, desabafa.

Ela também conta que “o curso da Agência Forum é maravilhoso. Sempre venho buscando”. Todavia, a participação dela em tudo isso corre o risco de acabar porque depende de suas condições financeiras. “De acordo com o meu perfil, é muito fácil eles me aceitarem como modelo da agência, apesar de a moda hoje não ter mais padrão: a moda hoje é diversidade. Mas o retorno financeiro é muito difícil. Parei de me agenciar por causa disso”.