Moção de repúdio ao assédio moral no CED 01 da Estrutural

Pelas diversas experiências vividas no Distrito Federal, já estava explícito a incompatibilidade da Gestão Democrática entre profissionais da educação formados, com a gestão compartilhada que pressupõe uma hierarquização entre profissionais de regime civil e profissionais de regime militar. Dentre diversos pequenos e médios conflitos no dia-a-dia, gerados pelas diferentes concepções do processo de ensino e aprendizado entre civis e militares, já na ciência da Secretaria de Educação, em novembro de 2021, em um dos trabalhos da Consciência Negra da escola, um grupo de estudantes abordou a violência racial institucional presente no âmbito militar. A 2ª Conferência Distrital Popular de Educação Melquisedek Garcia aprovou vários textos e debateu temas importantes para a categoria magistério público, dentre eles sobre a Gestão Democrática, justamente devido à importância desta temática para a rede pública.

Quando a ordem arbitrária de retirada dos trabalhos em exposição feita pelos militares não foi obedecida pelos civis, começou um processo de assédio moral e difamação da vice-diretora Luciana Pain, profissional que sustentou o direito de professores e estudantes trabalharem sem censura e propôs que a crítica pudesse se transformar em uma ponte para que fosse feita a discussão democrática entre civis, professores(as), estudantes e militares sobre o racismo institucional.

A professora vem sendo intimidada, desrespeitada em sua função diretiva. Hoje, temos diversos(as) profissionais em adoecimento e de atestado.

Mentiras foram disseminadas no grupo de pais, sugerindo a associação da profissional com organizações criminosas, culminando com um “vazamento” de um áudio privado, sem autorização, portanto, de forma ilegal, para veículos de comunicação massiva no DF, no qual o profissional desabafava sobre a falta de diálogo e desrespeitos ao ECA, que estão presentes na escola.

Repudiamos toda e qualquer forma de censura nas escolas, falta de democracia, violência e assédio moral contra os(as) profissionais de Educação. E mais: é urgente o debate sobre o racismo institucional, para que no DF a premissa de direitos, liberdade e cidadania possa caminhar para englobar, de fato, as periferias.