Moção de repúdio à decisão do TRE do Rio de Janeiro de apreender edição do Jornal Brasil de Fato

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, entidade representativa de mais de 4 milhões de trabalhadores/as das escolas públicas brasileiras, vem a público REPUDIAR, de forma veemente, o ataque à liberdade de imprensa perpetrado pelo Tribunal Regional Eleitoral – TRE do Rio de Janeiro que, através de decisão do juiz eleitoral de Macaé (RJ) no último sábado (20/10), expediu ação de apreensão de edição do jornal Brasil de Fato. As milhares de edições apreendidas do jornal encontravam-se na sede do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, na cidade de Macaé.
É sintomático que a ação do juizado eleitoral do município tenha se dado justamente na época em que o escândalo de propagação de falsas notícias por meio de redes sociais como o WhatsApp, denunciado em reportagem bomba do jornal Folha de São Paulo, em que o candidato Jair Bolsonaro é acusado de Caixa 2 para cometer crime de ataque cibernético, abala as atuais eleições. E diante da ação pífia da Justiça Eleitoral brasileira, que no último domingo (21/10) veio a público se pronunciar publicamente para dizer à sociedade brasileira que não tem condições de barrar as falsas notícias, o Tribunal Superior Eleitoral nada disse sobre a acusação de Caixa 2 para financiar tal ação.
O ataque ao jornal Brasil de Fato escancara a partidarização de expressivos setores de nosso poder judiciário. O referido jornal é referência de um jornalismo comprometido com as causas sociais e populares de nosso país e, ao contrário da grande imprensa, nunca escondeu a sua linha editorial em mais de 15 anos de sua história. A perseguição à imprensa alternativa perpetrada por este juiz representa uma censura ao pensamento livre e à liberdade de expressão preconizados em nossa Constituição, tão vilipendiada nos últimos tempos.
Os/as educadores/as brasileiros/as colocam-se solidários aos jornalistas do Brasil de Fato e aos milhares de leitores que, em decorrência dessa ação, não puderam ter acesso à uma informação de qualidade que sempre foi marca desse jornal. Não toleraremos esses ataques da Justiça Eleitoral brasileira, que se devia ocupar do crime cibernético que, via Caixa 2, compromete a lisura dessas eleições. Fica cada vez mais evidenciada a parcialidade desses setores do judiciário, que perderam a vergonha de promover, à luz do dia, ataques dessa natureza.
Brasília, 22 de outubro de 2018
Direção Executiva da CNTE