Moção de apoio de entidades do movimento popular aos(às) professores(as)

As organizações e entidades do movimento popular abaixo assinadas vêm a público manifestar total apoio e solidariedade aos/às professores/professoras da Secretaria de Educação do Distrito Federal que estão em greve desde o dia 15 de outubro último.
Consideramos inadmissível a postura do Governo do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, que, ao ignorar o diálogo com os/as professores/professoras em greve, só posterga o fim do movimento e coloca em risco a tranqüilidade do encerramento do ano letivo escolar de 2015. Ainda mais inaceitável é a truculenta e violenta ação deste governo, por meio da Polícia Militar, em agressões e prisões de professores e professoras no exercício do seu livre direito à manifestação.
É sabido que desde o início do ano os/as professores/professoras vêm sofrendo com as precárias condições de trabalho, com as indefinições pedagógicas, com a falta de repasses dos recursos nas escolas e as irregularidades nos pagamentos.
Sob o pretexto da falta de recursos para pagar a última parcela do reajuste escalonado do salário dos profissionais e do suposto rombo financeiro deixado pelo governo anterior, o governador recusa-se a honrar os compromissos assumidos com os docentes pelo Governo do Distrito Federal. Vale lembrar que, apesar do questionamento pelo Ministério Público do DF junto ao Tribunal de Justiça sobre a legalidade do citado reajuste, aquela Corte, por 17 X 0, julgou que não há ilegalidade nenhuma no plano de cargos e salários dos professores e, portanto, cabe ao GDF cumprir a lei.
Ainda sobre a alardeada crise financeira do GDF, em entrevista ao jornal “Metro”, questionado sobre a análise das contas do GDF, o presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais do DF afirmou que mesmo a categoria que representa – profissionais formados para analisar contas públicas – estava incapacitada de fazê-lo devido à falta de transparência da gestão Rollemberg na publicização da contabilidade governamental. Desta forma, o clima de terror criado pelo GDF leva-nos que a crer que não passa de um artifício para atacar os direitos trabalhistas dos professores e precarizar a educação pública do DF prejudicando, dessa forma, docentes e estudantes abrindo caminho para a terceirização da educação.
Como se não bastasse, ainda há ameaças de retrocessos na oferta da educação para o ano de 2016 como o fim da jornada ampliada; o aumento de estudantes por turma; as indefinições sobre atendimento em salas de recurso, estimulação precoce; a não construção de salas de aula e de escolas para atendimento ao crescente número de matrículas; o fechamento de turmas e de escolas que ofertam Educação de Jovens e Adultos.
Defendemos a educação como direito inalienável da pessoa humana, sobretudo da classe trabalhadora, principal público da escola pública. Repudiamos toda e qualquer ação que venha representar um retrocesso à educação pública no Distrito Federal, conquistada com a luta dos trabalhadores e das trabalhadoras.
Para Paulo Freire a Educação sozinha não transforma a sociedade e sem ela tampouco a sociedade muda e assim, concordantes, reafirmamos nosso compromisso e apoio à causa da educação pública, pois a nossa luta é por uma sociedade educadora, justa, democrática e igualitária.
Por fim, estamos juntos à luta dos professores e professoras. Esta luta perpassa pela valorização e respeito à educação pública e conclamamos a toda sociedade do Distrito Federal que se unam a esta causa.
Que nenhum direito da classe trabalhadora seja usurpado!
Distrito Federal, 30 de outubro de 2015.
Assinam,
Centro de Cultura e Desenvolvimento do Paranoá e Itapoã – CEDEP
Central de Movimentos Populares – CMP
Banco Comunitário do Itapoã
Centro de Educação Paulo Freire de Ceilândia
GTPA – Fórum de Educação de Jovens e Adultos do DF
Serviço de Paz, Justiça e Não-Violência – SERPAJUS
Grupo de Estudos e Pesquisa em Materialismo Histórico-Dialético e Educação –
CONSCIÊNCIA – FE/UnB
FORMANCIPA – Formação Integrada e Emancipadora de Acesso à Educação
Superior
Centro de Memória Viva – Documentação e Referência em Educação Popular,
Educação de Jovens e Adultos e Movimentos Sociais do DF – CMV/DF
Pós-Populares – Democratização do Acesso à Universidade Pública pelo Chão
da Pesquisa (FE/UnB)
Grupo de Ensino Pesquisa e Extensão em Educação Popular e Estudos
Históricos, Filosóficos e Culturais – GENPEX
ASKAP – Associação dos Skatistas do Paranoá e Itapoã
Centro de Educação, Pesquisa, Alfabetização e Cultura de Sobradinho –
CEPACS
Casa de Paulo Freire de São Sebastião
Grupo AruandaÊ Capoeira do Paranoá
Movimento por uma Ceilândia Melhor – MOPOCEM
Centro de Alfabetização do Recanto das Emas – CAREMAS
Associação Cultural Encantos de Itapoã e Paranoá – ACEIP
Associação Comunitária da Expansão do Setor O – ACESO
Movimento de Educação e Cultura da Estrutural – MECE
Banco Comunitário Estrutural
Editora Abadia Catadora
Ponto de Memória da Estrutural