Luta da categoria garante a nomeação de 796 concursados. Número ainda é insuficiente para a demanda da rede

A luta nunca é vão. Foi publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta quarta-feira (27) a nomeação de 776 professores(as) e 20 orientadores(as) educacionais aprovados(as) no último concurso do magistério público, nas vagas imediatas. As nomeações são fruto de campanhas, reivindicações realizadas pelo Sinpro e pelo conjunto dos(as) educadores(as) e diante do acordo de greve firmado entre o sindicato e o Governo do DF (GDF). O Sindicato parabeniza todos(as) os(as) educadores(s) nomeados(as), mas ressalta que o quantitativo é insuficiente diante da carência da rede pública de ensino da capital federal.

Mesmo com a nomeação de 796 novos(as) servidores(as) do magistério, o ano letivo de 2024 inicia com o déficit de, ao menos, 3.000 vagas. Isso porque, por ano, cerca de 1.000 servidores(as) do magistério público se aposentam. Para garantir a ampliação do quantitativo de professores(as) e orientadores(as) concursados(as) é preciso que o GDF apresente um cronograma de novas nomeações em janeiro de 2024. O planejamento está acordado desde a última reunião da Comissão de Negociação do Sinpro com a Casa Civil do DF, realizada no dia 11 de dezembro de 2023.

É importante salientar que os(as) nomeados(as) tem cinco dias para pedir final de fila. O direito faz parte de uma previsão na Lei Complementar 840/11, que caso o(a) candidato(a) não possa assumir o concurso no momento em que está sendo nomeado(a), terá até cinco dias após a nomeação para pedir o final de fila.

Nossa luta continua até a nomeação de todo cadastro reserva, que hoje tem 3.104 professores(as) e 80 orientadores(as) educacionais no aguardo, e que o acordo de greve seja cumprido por parte do governo. Todas as nomeações representam não somente o respeito ao direito de cada professor(a) e orientador(a) educacional que estudou e se preparou por anos, mas, principalmente, para fortalecer o ensino da capital, dando o suporte necessário para uma educação pública de qualidade e disponível para toda a população do Distrito Federal.

 

Campanha do Sinpro por nomeações de concursados continuará

Ao passo que o governo nomeia educadores(as) efetivos(as), ou seja, aprovados(as) em concurso público, toda a categoria sai fortalecida e quem ganha é a educação pública. Para se ter uma ideia, para cada 10 professores(as) nas escolas públicas do Distrito Federal, sete são temporários(as) em vagas efetivas. Isto é totalmente inaceitável e é preciso, ao menos, que tenhamos dois terços em sala de aula.

O Sinpro vem denunciando essa situação há muito tempo à comunidade escolar e à população em geral, através de outdoors, debates nas escolas, inserções na TV, visita a parlamentares, denúncia ao Ministério Público, entre outras ferramentas. A campanha Convoca Já! ganhou força ainda no início de 2023, e foi organizada em conjunto com aprovados e aprovadas do concurso de 2022.

Clique aqui e confira o edital de nomeação.

Hoje, a política de contratação de educadores(as) do GDF é de contratos temporários, não de efetivos. O governo abandonou a lógica do concurso público, se tornando um profundo desrespeito não só para com a categoria, mas para a Educação como um todo. Temos muitas escolas em que todos(as) os(as) professores(as) são temporários(as), ficando apenas alguns meses na escola, não criando vínculo com a comunidade escolar, ponto que é mais difícil com o professor efetivo, pois muitos têm a opção de permanecer na mesma escola por muitos anos.

É necessário compromisso e respeito do GDF com a educação pública e seus profissionais. O cumprimento do acordo de greve, na íntegra, é fundamental, já que a Greve da Educação não foi finalizada, mas sim suspensa. Exigimos respeito com aqueles(as) que lutam diariamente por uma educação de qualidade e com a população do DF.

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