Lula envia PL para alteração do Novo Ensino Médio ao Congresso Nacional

O presidente Lula enviou, na manhã desta quarta-feira (25), ao Congresso Nacional, um Projeto de Lei com alterações no texto que aborda o Novo Ensino Médio. O PL é uma resposta a uma série de críticas feitas por sindicatos ligados à educação, exemplo do Sinpro e da CNTE, estudantes, professores(as), orientadores(as) educacionais e especialistas da área, e reúne diretrizes sobre a Política Nacional de Ensino Médio, indicando mudanças no currículo dessa fase do ensino.

Aprovado em 2017, ainda no governo Michel Temer, o Novo Ensino Médio agrupa disciplinas tradicionais (Biologia, Português e etc) em áreas do conhecimento (Matemática, Linguagens, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e formação profissional). O NEM ainda prevê que o aluno deve optar por um “itinerário formativo” (projetos, oficinas, núcleos de estudo). No DF, há relatos de ofertas de cursos que ensinam práticas semelhantes àquelas necessárias para atuação em pet shop, por exemplo.

Em matéria, a CNTE enumera as alterações presentes no projeto de lei, que vão desde a retomada da carga horária de 2,4 mil horas de Formação Básica para estudantes do ensino médio regular (atualmente, a formação tem apenas 1,8 mil hora) à revogação da inclusão de profissionais não licenciados, com reconhecimento de notório saber, no exercício do magistério.

Confira abaixo a matéria na íntegra.

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Um projeto de lei que propõe a alteração do Novo Ensino Médio (NEM) foi encaminhado nesta terça-feira (24) ao Congresso Nacional. Em uma reunião no Palácio do Planalto com o Presidente Lula, o ministro da Educação, Camilo Santana e representantes de conselhos e entidades educacionais apresentaram o PL que reúne diretrizes sobre a Política Nacional de Ensino Médio, indicando mudanças no currículo dessa fase do ensino, que foram aprovadas em 2017 e, desde então, recebe críticas de entidades, estudantes, professores e especialistas. O presidente da CNTE, Heleno Araújo, integrou a reunião com o presidente no Palácio do Planalto. 

Após o encontro com a Presidência da República, em uma mensagem nas redes sociais, o ministro compartilhou que “A proposta é fruto de ampla consulta e debate público. Na busca pelo consenso, o que nos une é a certeza de que nossa juventude merece mais oportunidades, com ensino médio atrativo e de qualidade”, disse Camilo. 

Heleno comentou que a entrega coletiva da minuta também proporcionou uma abertura de comentários das entidades junto ao Presidente Lula sobre o assunto. Agora, o projeto segue para a tramitação no Congresso Nacional em regime de urgência. Desde a abertura da consulta pública pelo Governo Federal, no início do ano, cerca de 130 mil estudantes, além de entidades e governos de âmbito estadual, foram escutados para a construção da reformulação. 

“[A CNTE] reitera a necessidade de se ter avanços na carga horária para formação geral básica dos estudantes. Além disso, também destacamos o retorno da obrigatoriedade da língua espanhola, importante para a integração do Brasil na América Latina, e a retirada o inciso IV, no artigo 61 da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que caracteriza profissionais com notório saber aptos para lecionar em sala de aula”, declarou. Entretanto, ele ressaltou que o projeto ainda carece de mudanças que atendam a formação profissional dos estudantes brasileiros. 

Propostas do MEC de alteração da Lei 13.415/2017: 

O objetivo é que o projeto seja implementado e chegue às escolas até 2024. Entre as alterações, o PL propõe:

1) A retomada da carga horária de 2,4 mil horas de Formação Básica para estudantes do ensino médio regular. Atualmente, a formação tem apenas 1,8 mil horas; 

2) A volta da obrigatoriedade de todas as disciplinas do ensino médio, como filosofia, sociologia, arte e a língua espanhola;

3) A articulação, excepcional, do oferecimento da formação básica com 2,1 mil horas, com a formação técnica, de no mínimo 800 horas;

4) A definição de quatro Percursos de Aprofundamento e Integração de Estudos Propedêuticos (Itinerários). Cada itinerário deverá contemplar pelo menos três áreas de conhecimento, e cada escola terá de oferecer dois dos quatro percursos;

5) Construção de parâmetros nacionais para a organização de itinerários e integralização de estudos, com a definição dos componentes curriculares a serem priorizados em cada um deles; 

6) A vedação da oferta de componentes curriculares da formação geral básica à distância. O objetivo é regulamentar a oferta das modalidades em contexto específico para os itinerários; e

7) A revogação da inclusão de profissionais não licenciados, com reconhecimento de notório saber, no exercício do magistério. 

Com informações da Agência Brasil

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