Lula é eleito presidente do Brasil pela terceira vez

Luiz Inácio Lula da Silva venceu as eleições e governará o Brasil pela terceira vez – 12 anos depois de ter deixado o cargo. O presidente eleito recebeu 60.345.999 votos dos brasileiros e brasileiras (50,9%), mais de 2 milhões a mais que seu adversário – que se consagrou, neste domingo, o primeiro presidente a não alcançar a reeleição.

O Distrito Federal foi a unidade da federação onde Lula mais cresceu do primeiro para o segundo turno (12,28%), saltando de 649.534 para 729.295 votos. No geral nacional, Lula cresceu 5,39% do primeiro para o segundo turno. Além de vencer em quase todas as capitais do Nordeste, o petista também venceu em cidades importantes como São Paulo e Porto Alegre.

Lula já recebeu os cumprimentos de diversos líderes mundiais, entre eles, Joe Biden (EUA), Emmanuel Macron (França), Alberto Fernández (Argentina), Pedro Sanchez (Espanha), Antonio Costa (Portugal) e Josep Borrell (União Europeia); além das manifestações vindas de México, Reino Unido, Equador, Canadá, Bolívia, Uruguai, Peru, Haiti, Panamá e muitos outros.

No Brasil, personalidades políticas expressivas como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a senadora Simone Tebet saudaram a vitória em suas redes sociais. Por todo o país, eleitores e eleitoras do novo presidente se reuniram para comemorar nas ruas.

A comemoração marcou o fim da eleição mais polarizada e violenta da história do Brasil. Ao longo de 2022 repetiram-se episódios de violência, alguns deles terminando com mortes, como a do tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda, e o trabalhador rural Benedito dos Santos, também eleitor de Lula. No último dia de campanha, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) perseguiu um homem pelas ruas de São Paulo ameaçando-o com um revólver. Um segurança dela chegou a ser preso por ter efetuado disparo, mas pagou fiança e foi solto.

Em seu discurso de vitória, Lula reafirmou seu compromisso prioritário com o combate à fome e disse que governará para todos os brasileiros. “Tenho fé que com a ajuda do povo, nós vamos encontrar uma saída para que esse país volte a viver democraticamente, harmonicamente. E a gente possa, inclusive, restabelecer a paz entre as famílias, os divergentes, para que a gente possa construir o mundo que nós precisamos, e o Brasil”, disse ele.

O presidente eleito também se manifestou sobre a cultura do armamento, exaltada pelo seu adversário e aliados. “É hora de baixar as armas, que jamais deveriam ter sido empunhadas. Armas matam. E nós escolhemos a vida”, disse. “[O povo brasileiro] Quer livros em vez de armas”, completou. Lula também citou entre suas prioridades a proteção à Amazônia e a retomada do protagonismo do Brasil na política internacional.

Para a educação, abre-se um novo período. “A eleição deste domingo marca a possibilidade concreta de superarmos esse momento tão difícil, em que os profissionais do Magistério tiveram que amargar uma dura criminalização do nosso papel na sociedade, além da profunda desvalorização e ataques aos nossos direitos”, destaca Cléber Soares, diretor do Sinpro. “Agora será um momento de reconstrução da sociedade e da democracia. Temos muita esperança mas também muita luta a ser feita, e é mais fácil fazer a luta num ambiente democrático”, completa ele.

A diretora do Sinpro Luciana Custódio concorda: “Este novo ciclo abre caminhos para construirmos uma plataforma educacional que valorize e incentive a pesquisa, a ciência, a liberdade de cátedra”, diz ela. “O golpe de 2016 veio para silenciar a classe trabalhadora, e agora voltamos a ter no horizonte uma perspectiva de futuro, associada ao emprego e à garantia de direitos”, completa Luciana.