Lula diz em entrevista que ‘briga agora é para tentar consertar o Brasil’

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Portal CUT – Redação RBA – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse estar “muito tranquilo” em relação ao julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (15), a respeito da decisão do ministro Edson Fachin que anulou as condenações contra ele na Lava Jato. Ele afirmou que o plenário da Corte “sempre será soberano”. Em entrevista à rádio O Povo CBN, Lula afirmou que a sua briga agora “é para tentar consertar o Brasil”. De acordo com o ex-presidente, o Brasil “piorou muito”, desde o golpe do impeachment, em 2016. A piora se deu “em nível interno, internacional, empresarial, de renda e de emprego”. Lula citou, em especial, o ressurgimento da fome no país.

“Eu nunca vi tanta fome como eu estou vendo agora em São Paulo, na periferia e no centro de São Paulo. No centro de Fortaleza, no interior do Ceará e no interior de Pernambuco. Porque há um desrespeito total com o pobre neste país”, disse Lula na entrevista. “Me parece que as pessoas têm ódio quando o pobre sobe um degrau na ascensão social neste país. Eu fico muito irritado porque nós tínhamos acabado com a fome, a ONU reconheceu, e bastou derrubar a Dilma para ‘melhorar o Brasil’, segundo nossos adversários”, acrescentou.

Mais Cariri, menos Faria Lima

Por outro lado, sobre a resistência ao seu nome por parcelas do empresariado e do mercado financeiro, Lula lembrou que, durante o seu governo, “todos eles ganharam dinheiro como nunca”. A diferença, no entanto, “foi que os pobres ganharam também”, destacou.

“Pra não ter dúvida, entre ceder ao povo da Faria Lima e ao povo do Cariri no Ceará, eu ficou com o povo pobre do Cariri, o povo pobre de Fortaleza. Eu quando fui presidente eu dizia que governava para todos, mas que eu tinha um olhar mais apaixonado para as pessoas mais pobres”, declarou.

Bolsonaro anti-ciência

Além disso, Lula também criticou na entrevista à emissora de rádio, a conduta “genocida” do atual presidente, Jair Bolsonaro, no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. “Vocês acham que tenho prazer de chamar o Bolsonaro de genocida? Infelizmente esse cidadão fez tudo diferente daquilo que a ciência brasileira está pedindo”. E ainda se aproveita ao atacar governadores e prefeitos, ressaltou.

“Os governadores do Nordeste são exemplos de quem Bolsonaro não devia ter raiva. Bolsonaro deveria chamar estes companheiros e falar: ‘como é que vocês fizeram? Me ensinem como é que se faz, porque eu não sei conversar. Eu não sei conviver com quem é contrário”, sugeriu Lula

Apontou, ainda, a negligência de Bolsonaro na compra de vacinas contra a Covid-19. Apresentado uma lista de vacinas, o ex-presidente indicou que atual ocupante do Palácio do Planalto deixou de adquirir 700 milhões de doses de diversos imunizantes diversos.

Por: CUT