Líder do PMDB é aliado de Cunha para o golpe e inimigo da causa ambiental

Talvez o brasiliense não conheça bem Leonardo Quintão (PMDB-MG), que nasceu em Taguatinga, mas fez carreira em Minas Gerais. Líder do partido na Câmara, um dos mais fiéis parlamentares de Eduardo Cunha, que está engajado no golpe para tirar Dilma Rousseff da Presidência. Mas os mineiros o conhecem bem, até demais. Filho de Sebastião Quintão, conhecido fazendeiro por apresentar programas religiosos montado em um cavalo, chegou a ser prefeito de Ipatinga (MG), mas teve o mandato cassado pelo TSE dois meses depois de assumir, por abuso de poder econômico. O filho se candidatou a prefeito de Belo Horizonte, atuando como um personagem do interior, com linguagem simples. A farsa chegou nas urnas e foi derrotado.
Leonardo Quintão é o relator do novo projeto do Código de Mineração. Segundo o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), Quintão recebeu R$ 1,8 milhão de mineradoras (1/3 de todas as suas doações) na campanha eleitoral do ano passado. A presença de Quintão na relatoria fere o código de ética da Câmara, que proíbe parlamentares de relatarem matérias relacionadas a empresas doadoras de suas campanhas. O texto deste projeto, ironicamente, foi escrito em um computador do escritório de advocacia que é contratado pelas mineradoras Vale e BHP, responsáveis pela maior tragédia ambiental da história do país, que começou em Mariana (MG), condenou o Rio Doce (matando dez toneladas de peixe e afetando centenas de milhares de pessoas) e chegou ao oceano.
Em 12 anos, o patrimônio do parlamentar aumentou 56 vezes, saltando de R$ 315 mil em 2002, para R$ 17,9 milhões em 2014 (sendo R$ 2,6 milhões em espécie). Leonardo Quintão foi alçado a líder do PMDB com grande influência de Eduardo Cunha, usando sua liderança no partido para atender aos anseios do deputado carioca. É um opositor do Governo que apoia o golpe, mais uma marionete do Presidente da Câmara que defende o impeachment da presidenta.