Leio e escrevo o meu futuro?

Na semana passada o Correio Braziliense estampou em mais de uma página anúncios em letras garrafais do projeto Leio e Escrevo Meu Futuro, que vem a ser a proposta que está torrando R$ 2, 9 milhões dos recursos do Fundeb no Distrito Federal. Infelizmente mais uma vez seus leitores não foram informados dos custos desse convênio firmado com o GDF, dos critérios que foram utilizados para a escolha do jornal para a implantação da proposta e porque foi dispensada licitação para o convênio com o Correio.
Além de falarem que 7500 jornais serão distribuídos às escolas, falam do site da Internet e, “benesses das benesses”, falam da realização de um concurso de redação e que haverá “prêmios” para alunos, professores e gestores, entre elas viagens nacionais e internacionais. O Jornal também remete para uma página na Internet, que em nenhum local também especifica os custos do projeto. Neste domingo, 9, o Correio encartou um suplemento especial que nada mais é do que uma propaganda muito bem feita do projeto e de iniciativa que na sua maioria foram desenvolvidas pelos professores à revelia da Secretaria de Educação.
É por essas e outras que o Sinpro ingressou com representação no Ministério Público para esclarecer esse convênio e o outro que destinou quase R$ 500 mil à revista Veja. Coincidentemente, logo após esse empenho a revista publicou uma entrevista com o governador nas páginas amarelas. Esperamos que a investigação esclareça o que pode até ser legal, mas que sem dúvida é imoral: a utilização de vultosos recursos públicos sem licitação, para “comprar” no sentido estrito da palavra, os veículos de comunicação.